Possível veto à minirreforma eleitoral gera tensão entre Planalto e Congresso

  • Por Jovem Pan
  • 21/09/2019 11h13
Agência Brasil fachada do Congresso Bolsonaro tem até 4 de outubro para decidir sobre os vetos

Ao enviar o projeto que estabelece novas regras eleitorais para sanção, o Congresso Nacional colocou o presidente Jair Bolsonaro sobre uma faca de dois gumes, pois agora ele precisa decidir sobre os vetos que fará no texto e, consequentemente, com quem irá se desgastar.

De um lado, está a classe política, do outro a parcela da população que o elegeu. Bolsonaro tem até 4 de outubro para decidir sobre os vetos, data limite para que o texto seja sancionado e as mudanças possam valer nas eleições municipais do ano que vem.

Os parlamentares acompanham com atenção os movimentos do presidente da República. Se ele perder o prazo, todo o esforço dos deputados para aprovar o Fundo Eleitoral sem valor definido para financiar as campanhas do ano que vem terá sido em vão. O mesmo acontecerá caso Bolsonaro vete justamente esse trecho, o qual os parlamentares consideram essencial para a realização do pleito em 2020.

Líderes ouvidos pela Jovem Pan afirmam que já colocaram a cara à tapa ao insistir na aprovação das novas regras eleitorais e não querem se desgastar novamente derrubando o veto.

Diante disso, caso o presidente retire do projeto trechos considerados essenciais por deputados e senadores, há um sério risco de retalhação do parlamento. Um impacto prático seria na possível votação de Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador nos Estados Unidos, que ficaria ainda mais complicado.

Mas se o presidente não vetar o desgaste vai para o outro lado. Parte do eleitorado de Bolsonaro não concorda com a ideia de a União gastar bilhões de reais para patrocinar campanhas políticas, ainda mais diante de tantos contingenciamentos em áreas importantes, como é o caso da Educação.

Por isso a expectativa é que o chefe do Executivo use o prazo que tem para tentar encontrar um meio termo e garantir o mínimo de desgaste tanto na opinião pública quanto na classe política.

Recentemente, Bolsonaro esteve numa situação parecida e preferiu assumir o desgaste com o Congresso ao vetar trechos do projeto de abuso de autoridade.

*Com informações do repórter Antonio Maldonado

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