Pré-candidato do PSD ao governo de SP aposta que Leite disputará o Planalto pela legenda

Segundo Felício Ramuth, tudo indica que Rodrigo Pacheco deve abrir mão da atual pré-candidatura

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2022 09h43
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Claudio Vieira/Prefeitura de São José dos Campos Homem de terno em evento na prefeitura Após romper com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Felício Ramuth se filiou ao PSD no dia 18 de janeiro

Entre as movimentações políticas para as eleições de 2022, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, convidou o prefeito da cidade de São José dos Campos, Felício Ramuth, que recentemente ingressou na legenda após romper com o governador João Doria e deixar o PSDB, para ser candidato ao governo do Estado de São Paulo. Em entrevista ao Jornal da Manhã, nesta quarta-feira, 23, ele confirmou sua pré-candidatura, bem como a possibilidade do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também migrar de partido para ser candidato à presidência pelo PSD.

“De fato, as negociações entre o PSD e Eduardo Leite têm se intensificado muito. Nosso candidato, Rodrigo Pacheco, a tudo que se dispõe fazer faz bem feito, na sua vida empresarial, como senador e agora como presidente do Senado. Mas tudo indica que, de fato, ele não tenha como determinação ser candidato à presidência da República. E, se ele abrir mão, existe uma grande possibilidade de termos o Eduardo Leite no PSD como candidato”, opinou Ramuth ao ser questionado sobre as eleições presidenciais e a posição do partido no pleito.

Sobre a disputa pelo governo paulista, ele disse não perceber um cenário polarizado, mas de grandes chances para os candidatos irem ao segundo turno. “Eu não enxergo uma polarização [na disputa para o governo paulista] pelas pesquisas que a gente tem. Eu enxergo um cenário bastante aberto para essas eleições. Tem um grande problema: as atenções estarão voltadas à disputa do governo federal. Essa disputa polarizada que parece que vai ser muito acalorada ao longo da campanha. Isso vai tirar a atenção da disputa estadual, portanto eu acredito que as definições vão acontecer aqui no Estado mais próximo da eleição. Mas vejo uma eleição completamente aberta, em que o segundo colocado [nas pesquisas] com 14% ou 15%, ou seja, o candidato com 18% a 19% tem grandes chances de estar no segundo turno”, disse.

Ramuth ainda criticou o atual governo, de João Doria, afirmando que ele se distancia das pessoas e que tal maneira de fazer política dificultaria a implementação de melhorias na sociedade. “Eu faço crítica ao governo, não às pessoas. Esse é o nosso estilo de fazer política. E o que a gente percebe, essencialmente, é que é um governo longe das pessoas. O governo do Estado já tem por característica, diferente dos municípios, dos prefeitos, que estão próximos do dia-a-dia da cidade, o governo do Estado já é um o ente da federação que já se distancia um pouco. Para isso, tem que ter um esforço político dentro das secretarias e, claro, do próprio governador, para que o Estado se aproxime das pessoas. A gente acredita que, assim, a gente consegue construir um Estado e um país melhor. Eu acho que esse distanciamento do governo está por trás de tudo aquilo que o governo não consegue entregar. Num Estado rico como o Estado de São Paulo, imagine ter, aqui em São José dos Campos, 4 mil pessoas esperando um aparelho para o seu ouvido. É lamentável. Se acontece aqui, acontece no Estado inteiro”, pontuou.

Questionado sobre a questão da segurança pública em São Paulo, Ramuth falou da importância do investimento em tecnologia para atingir baixos índices. “Aqui em São José dos Campos, nós implantamos uma grande central de segurança e inteligência, a mais moderna hoje numa cidade do Brasil. Isso fez com que os indicadores aqui na nossa cidade, apesar de São José dos Campos fazer parte da região do Vale do Paraíba, que é a região mais violenta do Estado de São Paulo, todos os indicadores de São José dos Campos reduziram. São José dos Campos tem hoje o índice de homicídios mais latrocínios menor do Brasil das cidades acima de 500 mil habitantes. Aqui, nós juntamos as forças de segurança, os homens e mulheres que arriscam as suas vidas para preservar as nossas vidas. E também investimos em tecnologia. É isso que tem que ser difundido por todo o Estado. Não tenho dúvida que, usando a tecnologia a favor do cidadão, esses indicadores passam a melhorar em todo o Estado, assim como fizemos aqui”, afirmou.

Já sobre habitação ele destacou um programa municipal de São José dos Campos. “Aqui, nós temos o programa Observa. Temos uma fotografia de satélite a cada 72 horas da nossa cidade. A cada dez dias nós recebemos um relatório que mostra as ocupações irregulares, desmatamentos, isso é muito importante para o meio ambiente e também para evitar desastres. Mas eu não posso também deixar de dizer que, ao longo dos últimos anos, nós tivemos poucos investimentos do governo federal para habitação. Isso tem dificultado os municípios e o próprio Estado. Na verdade, quem construía até então, de fato, a habitação popular era o governo federal. Aqui nós temos também um grande problema de regularização fundiária, claro que tem as dificuldades, porque existem muitas ocupações já em áreas de risco ou em áreas de proteção ambiental, então um grande projeto de regularização fundiária. E, claro, eu defendo inclusive que nós possamos compartilhar recursos através de oferecer vouchers de auxílio aluguel para a população, com recursos dos governos federal, estadual e municipal. Talvez seja uma forma rápida da gente poder resolver problemas na área habitacional”, disse.

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