‘Preços serão impactados’, diz secretário da Agricultura de São Paulo sobre efeitos do calor no campo

Em entrevista à Jovem Pan News, Guilherme Piai destaca que as lavouras têm sofrido, especialmente devido ao período do plantio

  • Por Jovem an
  • 20/11/2023 08h33 - Atualizado em 20/11/2023 08h39
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Reprodução/Jovem Pan News Guilherme Piai, secretário de Agricultura de São Paulo, concedeu entrevista ao Jornal da Manhã Guilherme Piai, secretário de Agricultura de São Paulo, concedeu entrevista ao Jornal da Manhã

As altas temperaturas não levam preocupações apenas à saúde das pessoas. A produtividade também está sendo impactada. O secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, destaca que as lavouras têm sofrido, especialmente devido ao período do plantio. “Infelizmente, essa onda de calor chegou numa época crucial para a lavoura do Estado. É uma época de plantio. Então, essas altas temperaturas têm prejudicado. Muitos produtores estão fazendo o replantio. Isso gera prejuízo financeiro. Além de atrapalhar a germinação, ela pode cozinhar a semente porque a temperatura no solo fica muito alta. O solo exposto, numa temperatura de 37ºC, pode chegar até 70ºC”, detalhou, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 20.

Apesar de ser um dos países mais avançados no que diz respeito no campo, o Brasil ainda apresenta uma expressiva defasagem numa lacuna do agronegócio: o número reduzido de seguros rurais. “O investimento na lavoura é muito alto. Por isso, temos que melhorar o seguro. O produtor brasileiro é um herói. Nos EUA, eles têm quase 90% de seguro rural. Na China, cerca de 60%. No Brasil, nós não tempos 15%”, pontuou. Guilherme Piai ainda prevê alta nos preços de alguns produtos devido aos impactos climáticos. “O mercado é oferta e demanda. A soja e o milho já estão tendo alta. O que está acontecendo, no Brasil, com o aumento de temperatura intenso, o clima está confuso. Temos seca no Norte e Nordeste, onda de calor no Centro-Oeste e Sudeste, além de chuvas avassaladoras no Sul. Com isso, é fato que vai diminuir a porcentagem dessa safra. Os preços vão aumentar”, declarou o secretário, que ainda chamou atenção para um dado alarmante da Organização Mundial Meteorológica de que esse ano será o mais quente dos últimos 125 mil anos.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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