Prefeita pede solução por parte do Governo para venezuelanos em RR: ‘solução não é fechar fronteira’

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2018 09h17
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Antônio Cruz/Agência Brasil “A situação aqui é mais complexa do que ser a favor ou contra fechar fronteira", disse a prefeita

No último domingo (05), um juiz federal de Roraima ordenou a suspensão temporária da entrada de venezuelanos por terra até que houvesse um equilíbrio entre o número de imigrantes que chegam e os que saem para outras cidades brasileiras. Nesta segunda (06), a decisão foi cancelada por decisão da ministra do STF, Rosa Weber.

Mas a crise no Estado de Roraima vai além deste imbróglio. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, a prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, voltou a pedir a ação completa por parte do Governo Federal para que a situação seja controlada.

“A situação aqui é mais complexa do que ser a favor ou contra fechar fronteira (…) Solução não é fechar fronteira, porque as pessoas que vêm para cá, vêm com muita necessidade, mas não podemos ficar na situação que estamos”, disse. “O que precisa é ação completa: posição do Brasil é deixar fronteira aberta por questão de acordos com exterior? Não tem problema, mas não podemos ficar aqui a situação que a gente está”, completou.

Segundo Surita, a decisão do juiz de Roraima é voltada para rebater o posicionamento da governadora Suely Campos, que pede desde maio o fechamento da fronteira no STF. “É decisão que diz que na nos recusamos a receber, mas precisamos que seja retirado também”, ponderou.

Teresa Surita alertou que não há mais condições de continuar recebendo os venezuelanos sem que exista a prometida interiorização para outros Estados. “Faz dois anos que a gente discute essa situação. Estamos no 10º abrigo, se monta o 11º. Somos o Estado mais pobre da federação que faz a fronteira com a Venezuela e recebemos demanda de pessoas extremamente carentes. Tem limite no suporte que podemos oferecer, e ele já chegou no auge há muito tempo”, disse.

A prefeita de boa Vista esclareceu ainda que a Medida Provisória do Governo era deR$ 190 milhões em fevereiro, mas que o recurso foi liberado apenas para o Exército, que ajuda na montagem de abrigos e na alimentação dos refugiados. “O Exército dá alimentação para mais de 4,6 mil abrigados, três alimentações por dia. E todo recurso da MP está sendo para atender essas pessoas”.

Mas, segundo Surita, “o problema não acaba por aí”. Cerca de três mil pessoas ficam em Boa Vista todos os meses, sendo que destas, 500 ficam nas ruas.

“No plano do Governo, que apresentou lá atrás, tinha a interiorização. Eles não conseguem fazer essa retirada. Alimentação continua para quem está abrigado, mas você perde o controle da cidade. Se continuar assim até dezembro, a gente perde controle da cidade”, esclareceu.

Além dos problemas de abrigo e alimentação, há a dificuldade relativa à saúde. Até hoje, desde janeiro, cerca de 84 mil venezuelanos foram atendidos no SUS.

Confira a entrevista completa com a prefeita de boa Vista, Teresa Surita:

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