Prefeitos e governo federal incentivam reabertura, mas avanço da pandemia ameaça interior

  • Por Jovem Pan
  • 18/04/2020 07h08
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EFE/EPA/ROBERT GHEMENT Idosa sentada na porte de casa com um cachorro No Instituto Emílio Ribas, referência no atendimento na capital, todos os leitos de UTI estão ocupados por infectados pelo novo coronavírus

A Universidade Estadual de São Paulo fez uma pesquisa sobre a disseminação do novo coronavírus apontando que as cidades maiores são importantes para conter o avanço da doença. De acordo com pesquisadores, o interior paulista está três semanas atrás dos números registrados na capital e na região metropolitana.

O professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza diz que este atraso é uma consequência positiva do isolamento social feito em São Paulo. Ele reitera que os municípios maiores têm uma responsabilidade sobre os menores e, por isso, não é hora de relaxar a quarentena.

O professor titular do departamento de Geografia da Unesp, Raul Borges Guimarães, explica que, enquanto a capital concentra mais da metade dos casos de covid-19 no estado, as cidades do interior têm um outro problema, que é a maior dificuldade de acesso a hospitais e equipamentos.

No Estado, já são são 215 cidades com pelo menos um caso confirmado e 88 municípios com, no mínimo, uma morte por causa da doença. Já são também 5.700 pessoas estão internadas por Covid 19 ou com suspeita da doença, sendo 2.275 pacientes em leitos de Unidades de Terapia Intensiva.

No Instituto Emílio Ribas, referência no atendimento na capital, todos os leitos de UTI estão ocupados por infectados pelo novo coronavírus.

O diretor técnico do hospital, Luiz Carlos Pereira Júnior, diz que um esquema especial foi montado para tentar atender à demanda. Ele diz que os próximos dias serão decisivos.

Apesar da preocupação dos médicos e pesquisadores, prefeitos e o próprio governo federal temem os impactos da pandemia na economia. Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a reabertura de parte do comércio.

Porém, o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, admite que a volta à normalidade é um desafio.

Outras discussões

O governo editou uma medida provisória que determina que empresas de telecomunicações compartilhem nomes, números de telefone e endereços dos consumidores com o IBGE.

Segundo o texto, os dados serão utilizados exclusivamente para “entrevistas em caráter não presencial no âmbito de pesquisas domiciliares”. O objetivo é que eles sejam usados para “fins de suporte à produção estatística oficial durante a emergência em saúde pública” decorrente da covid-19.

Também nesta sexta, a Federação Nacional de Saúde Suplementar e a Abramge recomendaram aos planos de saúde a suspensão temporária dos reajustes anuais de mensalidades em decorrência da pandemia. A medida, que valerá por 90 dias, começa a partir de primeiro de maio e vai até 31 de julho.

Estão inclusos planos médico-hospitalares, coletivos por adesão e de pequenas e médias empresas. A decisão engloba os reajustes anuais de contrato e também os aumentos decorrentes de mudança de faixa etária.

As associações explicaram que será papel de cada operadora informar aos próprios clientes sobre a suspensão. Também caberá aos planos de saúde informar como serão feitos os pagamentos que não serão cobrados durante os 90 dias, uma vez que os valores não serão abatidos e sim prorrogados.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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