Presidenciáveis intensificam “troca-troca” às vésperas das coligações partidárias
Em cenário ainda indefinido, partidos iniciam, nesta sexta-feira (20), as convenções para as eleições de outubro. O prazo para os encontros termina no dia 5 de agosto e, até lá, serão apresentados os candidatos e coligações. Muitas das legendas ainda não acertaram a formação das chapas e as negociações continuam a todo vapor.
Entre os presidenciáveis, o primeiro a oficializar a candidatura será o ex-ministro Ciro Gomes, que deve ser confirmado, na convenção nacional do PDT. No final de semana, Guilherme Boulos, do PSOL, e Jair Bolsonaro, do PSL, também deverão ser anunciados.
O cientista político Valdir Pucci explica que o item mais cobiçado pelos partidos nas alianças é o tempo de rádio e televisão. “As convenções talvez seja o momento mais decisivo nesse período de pré-campanha. É justamente quando os partidos e os candidatos definirão suas coligações e seus vices e onde isso vai refletir. Numa campanha curta, como teremos esse ano, será um fator decisivo para que o eleitor possa opinar e decidir sobre seu voto”, disse.
Pucci lembra que o calendário eleitoral deste ano encurtou as campanhas e atrasou ainda mais as negociações dos partidos. Para o professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano, as legendas viraram “balcões de negócios” e a multiplicação de partidos inexpressivos piora o cenário.. “Nós conhecemos bem o critério das alianças políticas desde longa data. É dando que se recebe. É isso que está sendo discutido nos bastidores. Quem consegue mais e quem recebe mais”, explicou.
Já a advogada especialista em Direito Eleitoral e professora do IDP, Karina Kuffa, ressalta que as convenções servem para outras definições importantes. “Quais serão os cargos em disputa, os candidatos que disputaram, qual o nome de urna dos candidatos e sus números. E também a representação do delegado perante a convenção que irá se formar”, ressaltou.
Karina Kuffa, explica que, depois da convenção, quem responde pelas ações da campanha na Justiça é a coligação – e não o partido. Até agora, os três pré-candidatos mais bem colocados na disputa à presidência, nos cenários sem Lula, não confirmaram nenhuma aliança.
O deputado Jair Bolsonaro, que será oficializado como postulante ao Planalto no domingo, pelo PSL, ainda não tem vice definido. Ciro Gomes se movimenta para atrair partidos de esquerda e Marina Silva deve mesmo seguir com uma chapa puro-sangue.
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*Com informações do repórter Vitor Brown
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