Presidente da Abrasel critica bancos: ‘Indecente que alguém possa celebrar uma redução de 400% para 250% de juros”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Paulo Solmucci comemorou a proposta da Câmara que pode limitar os juros em até 100% do valor real da dívida; texto agora é analisado pelo Senado
A Câmara dos Deputados aprovou na semana passada o Projeto de Lei (PL) que limita os juros do rotativo do cartão de crédito e também cria o Desenrola, programa de renegociação de dívidas do Governo Federal. Para falar sobre as mudanças no crédito, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e conselheiro da União Nacional de Comércio e Serviços (Unecs), Paulo Solmucci, que criticou a proposta feita pelos bancos de abaixar o parcelamento para até três vezes para abaixar os juros em pelo menos 50%: ‘Acho indecente que alguém possa celebrar uma redução de 400% para 250% de juros. Os 250% de juros, se eles querem comparar com os americanos ou europeus, chega a ser 20 ou 30 vezes maior do que os juros cobrados lá fora. Vamos ser realistas (…) Não faz o menor sentido a proposta deles, até porque é uma proposta de boca, nunca vai para o papel e não tem compromisso firme com isso”.
“Segundo, [os bancos] estão afastados da realidade do brasileiro. Eles não conhecem o que é ter um celular roubado, que custa R$ 1.200. Esse é um instrumento de trabalho, seja para um motorista de Uber, seja para um motoboy, seja para qualquer pessoa. Não há dinheiro. Quem ganha um salário mínimo ou dois, ou até um pouco mais, vai pagar um celular de R$ 1 mil reais como?”, argumentou. O presidente da Abrasel comemorou a iniciativa do parlamento, que determina que, se o setor bancário não trouxer uma proposta até o fim de 90 dias, o juro seja limitado em até 100% do valor real da dívida. Em julho, a taxa de juros anual do cartão de crédito chegou a 445,7%. “Juros de 400% são abusivos e não ajudam a retornar à normalidade aquele pagador que está com dificuldade. Então, o parlamento vai na direção correta, a fala do presidente da República e do ministro da Fazenda de que os bancos sempre adiam as soluções, poderiam ter atuado com mais presteza e proposto alguma solução”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
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