‘Presidente debochou de uma situação seríssima’, critica deputado coronel Meira sobre ataques a Moro

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o parlamentar detalhou o requerimento de instalação da CPMI do Crime Organizado, da qual é autor, e revelou os abjetos que o colegiado pretende investigar

  • Por Jovem Pan
  • 29/03/2023 10h40
Reprodução/Jovem Pan News deputado-coronel-meira-cpmi-crime-organizado-reproducao-jovem-pan-news Deputado Coronel Meira

Nesta quarta-feira, 29, deve ser protocolado o requerimento de instalação da CPMI do Crime Organizado, iniciativa promovida pela Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção que pretende investigar a atuação de facções criminosas em todo o país. Para falar sobre a proposta, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou um dos autores do requerimento, o deputado federal coronel Meira(PL), que também comentou os recentes ataques de Lula (PT) ao senador Sérgio Moro (Podemos). O presidente da república colocou em dúvida as investigações da Polícia Federal (PF) que revelaram um plano para assassinar e sequestrar o ex-juiz e outras autoridades. “O ministro da Justiça, Flávio Dino, não posicionou claramente para o povo brasileiro sobre quais são as medidas tomadas no caso. O que a gente viu foi o presidente debochar de uma situação seríssima, um homicídio, tanto do senador, como de sua família e de outras pessoas, e vir dizer que foi uma armação”, criticou Meira.

Os planos revelados pela PF também são alvo de investigação da CPMI, que apresentou cinco pontos fundamentais que conduzirão os trabalhos caso ela seja aberta. São eles: A relação entre a ampliação dos índices de homicídios no território nacional, com a atividade do narcotráfico; levantar dados acerca da expansão em todo o Brasil da atuação de organizações criminosas e/ou associações criminosas no narcotráfico nos últimos anos; a recente onda de ataques no Estado do Rio Grande do Norte; o plano de homicídios e extorsão mediante sequestro do Senador Sérgio Moro, bem como de outras autoridades e servidores dos mais diferentes poderes e instituições da República e reunir informações sobre a estrutura e funcionamento de tais organismos criminosos, dentro e fora dos estabelecimentos prisionais do País, bem como criar ações de enfrentamento à essas organizações. De acordo com o coronel Meira, ele próprio e os deputados Alexandre Ramagem (PL) e Deltan Dallagnol (Podemos) seriam os indicados da Frente para compor a CPMI. Já no Senado, seriam indicados os senadores Sérgio Moro, Eduardo Girão (Novo) e Styvenson Valentim (Podemos).

“De imediato criamos a Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, onde conseguimos em um mês todas as assinaturas. A frente já está pronta, tanto com senadores, quanto com deputados federais. Com a decorrência dos últimos fatos no Rio Grande do Norte, Ceará, na questão dos presídios, São Paulo, que está em uma situação séria e o no meu Pernambuco, onde o crime organizado, o Comando Vermelho, fechou uma das regiões mais bonitas do Brasil, Porto de Galinhas, durante quase 15 dias, deu toque de recolher e parou toda a atividade do comércio e do turismo. Preocupados com tudo isso, tivemos reunião e entramos com uma CPMI, composta por deputados federais e senadores, e ao mesmo tempo nosso senador Girão entrou com uma CPI no Senado. Tivemos reunião ontem para alinhar a junção das forças (…) Hoje vamos dar uma coletiva às 15h e vamos definir o papel de cada um desses membros na CPMI (…) Recebemos vários apoiamentos de deputados federais e senadores (…) O crime organizado está acabando com o Brasil. Hoje, não tem nenhum Estado que esteja livre do crime organizado”, detalhou.

A respeito das possíveis determinações que a CPMI pode fazer para ajudar no combate às facções criminosas, o deputado coronel Meira fez um apelo por investimentos no setor de inteligência e pela recriação do ministério da Segurança Pública: “O ponto fundamental, a cereja do bolo, é exatamente o setor de inteligência. Temos que fazer a polícia preventiva. Não pode estar se correndo e se trabalhando depois de fatos acontecidos (…) Nenhuma polícia no mundo tem bola de cristal. Temos que trabalhar com um banco de dados unificado entre as guardas municipais. A Guarda Municipal é quem faz a primeira segurança em um município (…) É fundamental a gente ter um banco de dados unificado e passarmos a fazer o que eles estão fazendo muito bem. Porque o crime organizado é organizado mesmo. E nós estamos batendo cabeça (…) Existe o Ministério da Saúde, que é fundamental, o Ministério da Educação e o terceiro item que é dever do Estado, a Segurança Pública, está completamente desfacelado. Uma parte está no Ministério da Defesa, uma parte está no Ministério da Justiça e outra parte não se sabe nem onde está”.

“A gente não pode politizar um tema tão sério como esse, que é o crime organizado no Brasil. Todos os partidos têm que estar juntos, porque vão sofrer as causas com perda de parentes. A gente não pode politizar, sou defensor disso. Por isso,  conversamos muito com os senadores e chegamos a essa união total de esforços. Na Câmara e no Senado, vamos trabalhar exatamente voltados para investigar o crime organizado”, finalizou o deputado. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

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