Presidente do Banco Central volta a culpar governo federal por aumento de inflação e juros

Roberto Campos Neto afirmou que a política fiscal do ministro Paulo Guedes gera as altas e que o excesso de gastos do Planalto também atrapalha

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2022 12h29
DIDA SAMPAIO/ ESTADÃO CONTEÚDO Roberto Campos Neto fala em frente um fundo azul Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a culpar o governo federal sobre o aumento da inflação e dos juros. A crítica foi feita durante a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. No documento, o recado foi dado diretamente ao ministro Paulo Guedes: “O Copom reitera que o processo de reformar e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para o crescimento sustentável da economia. Esmorecimento no esforço de reformas estruturais e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”.

Para Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o cenário não é animador para os próximos meses. “Seguramente, do ponto de vista do desempenho econômico, aí não só comércio, serviços, até mesmo a indústria, já passa também por um problema ainda mais complexo que o próprio comércio ou serviços, a gente passa a ter perspectiva de um crescimento ainda mais fraco esse ano. Vamos lembrar que o próprio Banco Central divulgou expectativas de crescimento para esse ano, a expectativa é de que o PIB cresça 0,30%, muito pouco”, analisou Bentes.

Depois da crítica do presidente do BC, o ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu se encontrar com Campos Neto para acalmar os ânimos. A interlocutores, Campos Neto disse que o aumento da inflação é devido também ao excesso de gastos públicos do governo federal. Ele deixou claro para o mercado que o Banco Central está praticamente sozinho no combate à inflação. Com os juros mais altos, o mercado vem reduzindo as projeções de crescimento do país e o governo precisa fazer o papel dele.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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