Presidente do BC: Melhora na economia permite processo de queda de juros
Na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, houve a sinalização de que o ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic, deve ser mantido. Na última reunião, a taxa caiu 1 ponto percentual e ficou em 9,25 p.p. ao ano.
Segundo o documento, a manutenção do ritmo de corte vai depender da continuidade do cenário econômico e de estimativas de extensão do ciclo de redução da Selic. “De forma geral, a magnitude da flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, disse.
Na ata, a diretoria do BC informa que discutiu sobre a importância de sinalizar os seus próximos passos, mas reiterou a “preferência por explicitar as condicionalidades sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia suas decisões”. “Isso contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação do Copom”, acrescentou.
Em entrevista exclusiva a Denise Campos de Toledo, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a economia está começando a se recuperar, mas que ainda há o que crescer, ainda mais na área do desemprego e em espaço para produzir. “A medida que a economia vai se recuperar, a inflação vai subir um pouquinho e isso permite que a gente continue o processo de queda de juros”, disse.
Entretanto, é apenas a cada reunião que se decide a taxa de juros: “dependendo das previsões, a gente poderia manter o ritmo que vínhamos adotando. Mas isso depende das condições da economia, da expectativa de quanto vai chegar os juros no final”.
Segundo o presidente do BC, a melhora nas contas públicas e as reformas do Governo devem manter as expectativas.
Cobrança da TLP
Empresários reclamam da cobrança e há resistência por parte dos congressistas. Para Goldfajn, o que está se tentando fazer, no caso de estabelecer a TLP como financiamento do BNDES é “democratizar a taxa de juros no Brasil”.
Crédito mais barato
Para Ilan Goldfajn seria aprovando as reformas propostas pelo Governo e colocando as contas públicas em ordem. “Sem falar na reforma do BNDES, que vai nos ajudar a ter uma taxa de empréstimo mais barata para todo mundo. Quando a Selic cai, alguns meses depois nós temos taxas dos bancos caindo também”, disse.
“Não só taxas, mas os spreads estão caindo. É claro que todos nós queríamos que avance e avance mais rápido. Mas o fato de estar indo na direção correta. A taxa do rotativo para quem paga o mínimo, caiu quase pela metade. Então o que sugiro é que o ouvinte não deixe de pagar o mínimo. Outras taxas não são tão caras quanto o rotativo, mas também vão caindo ao longo do tempo”, finalizou.
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