Presidente do BNDES nega existência de ‘caixa-preta’ e fala em reduzir participação em grandes empresas

  • Por Jovem Pan
  • 19/12/2019 07h36 - Atualizado em 19/12/2019 08h02
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Valter Campanato/Agência Brasil De acordo com Gustavo Montezano, novo objetivo do banco de fomento é ter impacto social mais forte

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano defendeu, nesta quarta-feira (18), sua estratégia de venda de ações do BNDESPar, o braço financeiro do banco de fomento.

Os ativos de algumas empresas, como Petrobras e JBS, estão bem encaminhadas e, recentemente, o BNDES chegou a informar que pode vender a totalidade de seu participação na Petrobras. Para Montezano, em termos de gestão de risco, não faz mais sentido o BNDES ter, na sua carteira, papéis de empresas como a Petrobras, JBS, Suzano, entre outras grandes.

Na apresentação do plano trienal 2020/2021/2022, o presidente do BNDES chegou a dizer que a carteira de renda variável rendeu, ao longo dos últimos anos, metade do investimento feito pelo banco em um segmento mais conservador, chamado título DI. Esses dados apontam que, nos últimos dez anos, os DI renderam ao banco de fomento 9.9%, ao passo que a carteira de renda variável rendeu apenas 4,4%.

Montezano disse, ainda, que o banco pode se desafazer de até 80% da sua participação societária em outras empresas até 2022. De acordo com ele, daqui para frente, o perfil do BNDES será diferente – e não buscará, prioritariamente, o lucro ou o aumento dos desembolsos mas sim ter um impacto social mais forte na vida dos brasileiros.

“A nossa missão, hoje, pedida pelos nossos acionistas, é que a gente entregue lucro social no brasil. Naturalmente tem que cobrir as contas, dar um retorno mínimo para o capital investido, tudo certo. Mas não estamos aqui para isso. Deixa para os bancos privados. A gente está aqui para melhorar a vida do cidadão brasileiro”, declarou o presidente do banco.

“Caixa-preta” do BNDES

Ao falar da “caixa-preta” do BNDES, algo bastante citado pelo presidente Jair Bolsonaro durante sua campanha eleitoral, Montezano afirmou que todos os eventos polêmicos e suspeitos que aconteceram no banco já foram esclarecidos. Segundo ele, o processo de adquirir maior transparência é um “regular, contínuo e sem prazo para terminar”.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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