Presidente do Conass alerta para possível 3ª onda da Covid-19 pior do que nos últimos meses

Segundo Carlos Lula, com UTIs cheias e doença atingindo pessoas mais jovens, novo aumento de casos pode levar ao colapso dos hospitais: ‘Posso perder pacientes na fila’

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2021 10h26 - Atualizado em 24/05/2021 10h42
VEETMANO PREM/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO Profissional de cemitério carrega coroas de flores em direção aos túmulos Carlos Lula destaca a a contínua alta de casos, óbitos e de ocupação dos leitos

O Secretário Estadual da Saúde do Maranhão, Carlos Lula, acredita que uma possível terceira onda da Covid-19 pode trazer um cenário pior do que o visto nos meses de março e abril, quando o Brasil registrou recordes diários de mortes pela doença. Ele ressalta que a projeção para os próximos meses da pandemia no país depende da imunização. “O ministro trouxe que ‘talvez em julho a gente receba 40 milhões de doses’, ele está acreditando que isso possa ser possível, isso muda o prognóstico que era de dificuldades nos próximos dois meses. Quanto mais vacinar até o final do ano, mais a gente consegue conter a doença. Infelizmente já aparenta uma subida da terceira onda”, relata, destacando a contínua alta de casos, óbitos e de ocupação dos leitos. “Já temos filas novamente por espera de leitos de UTI em diversos Estados, então ainda preocupa muito. E a gente partir para uma terceira onda, um aumento desenfreado de casos, do patamar que a gente se encontra, aí não sou tão otimista, pode ser até pior do que vimos o quadro de março e abril. Temos hoje, sobretudo, internações de pessoas mais jovens e elas permanecem mais tempo no leito. E sabemos que a rodagem dos leitos se dá por dois tipos alta: recebe alta vai pra casa ou falece. Se há longa permanência, há aumento da fila, aí posso perder pacientes na fila sem conseguir acessar o leito, esse é o dilema que a gente vai viver na terceira onda”, completou.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 24, ele também falou sobre a variante indiana do coronavírus identificado no Maranhão. Segundo Carlos Lula, que também é presidente do Consórcio Nacional de Secretários de Saúde (Conass), com o rastreamento desenvolvido no Estado, que inclui o acompanhamento de 196 pessoas, é possível evitar a transmissão local da nova cepa. “A gente acredita que neste caso, em razão da importação e do cuidado, que é possível conter a doença que não haverá transmissão comunitária da doença. Ontem [domingo] ministro Marcelo Queiroga esteve no Estado do Maranhão, fez um sobrevoo de helicóptero comigo no navio, ele prestou atenção viu como o navio está fundeado há praticamente 50km da costa. Para qualquer embarcação ter acesso a ele seriam necessárias quase seis horas de viagem. Então ele viu os cuidados que a gente tomou e que continuamos tomando em conjunto com o Ministério da Saúde são precisos”, relatou . Como forma de mitigar as chances de transmissão local da variante indiana, o Ministério da Saúde vai destinar mais 300 mil doses de vacinas contra a Covid-19 para o Maranhão, além de já ter destinado 600 mil testes de antígeno para o Estado. A proposta, segundo Carlos Lula, é “acelerar a vacinação na grande ilha”, o que pode mudar o quatro da pandemia na região.

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