Presidente do Secovi diz que alta na venda de imóveis favoreceu recuperação econômica em 2021

Apesar da pandemia, 65.487 unidades foram comercializadas na cidade de São Paulo no período de 12 meses encerrado em junho de 2021

  • Por Jovem Pan
  • 15/09/2021 09h02 - Atualizado em 15/09/2021 10h24
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Arquivo/Agência Brasil Imagem aérea de prédios em São Paulo Além da pandemia, os juros baixos de crédito imobiliário impulsionaram a venda de imóveis em 2020 e 2021

O presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Localização e Administração de Imóveis (Secovi-SP), Basílio Jafet, afirmou nesta quarta-feira, 15, que o recorde de vendas no setor de imóveis favoreceu a retomada econômica vivenciada pelo Brasil em 2021. Em entrevista ao Jornal da Manhã, Jafet comentou o novo recorde de vendas na cidade de São Paulo. Apesar da pandemia, 65.487 unidades foram comercializadas no período de 12 meses encerrado em junho, sendo que 45.308 foram vendidos apenas este ano. Entre outros fatores como juros baixos e recuperação do setor, o presidente do Secovi atribuiu o recorde às mudanças de hábitos vivenciadas pela população brasileira durante o isolamento social imposto pela pandemia. “Nós tivemos, durante a pandemia, uma ressignificação do que significa habitação para as famílias brasileiras. Hoje, nós passamos mais tempo das nossas vidas em casa. Creio que o modelo híbrido, que começou a ser implantado no ano passado, está aí para ficar e, com isso, passamos a dar mais valor a nossa residência”, analisa Jafet.

“Além disso, vínhamos já em uma recuperação do mercado depois de alguns anos difíceis e isso fez com que o mercado florescesse bastante e as vendas acontecessem. Vamos adicionar a esse fator, evidentemente, a queda de juros. Ano passado tivemos os juros mais baixos da história do Brasil. Com isso, ficou mais fácil as prestações caberem nos bolsos das famílias que optaram por adquirir os seus imóveis”, afirma o presidente do Secovi. Ele ainda afirma que o excelente desempenho do setor contribuiu para manter o ritmo “razoável” da economia em 202o e que o volume de vendas de imóveis favoreceu a recuperação econômica em 2021. “As pessoas vendem os seus imóveis para eventualmente comprarem imóveis menores ou melhor localizados ou que atendam as suas novas necessidades. Isso faz com que esse dinamismo do mercado primário, que é o dos imóveis novos, e o mercado secundário, que é dos imóveis usados, seja bastante preponderante na economia e na recuperação”, diz Jafet, que acredita que a situação pode ser um pouco diferente no segundo semestre de 2021 com o aumento da taxa de juros.

“Os juros vão subir o que tiverem que subir para manter a inflação, o que, sem dúvida, é virtuoso, porém essa subida de juros faz com que o crédito imobiliário, do qual praticamente todas as famílias brasileiras dependem, seja um pouco mais caro”, aponta o presidente da Secovi. “Mas se nós pensamos no detalhe, estamos falando ainda de um dígito. Nós passamos hoje para 5,25% ao ano e existe uma expectativa de se chegar a cerca de 8% de taxa Selic ao final de 2021. Isso faz com que o crédito imobiliário tenha pequenos aumentos, mas não tão significativos quanto se esperava.” Basílio Jafet ainda lembra que ano passado os juros do crédito imobiliário não tiveram uma queda tão expressiva, pois o mercado já imaginava uma eventual retomada da economia e dos juros. :Portanto, embora os juros aumentem, eles ainda estão em um patamar bastante satisfatório e acessível para quem deseja comprar imóvel. A nossa expectativa é que tenhamos um segundo semestre com vendas similares ao primeiro semestre”, finalizou.

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