Presidente do TRF4 defende direito de manifestação de chefe de gabinete que criticou Lula

  • Por Jovem Pan
  • 09/01/2018 07h18 - Atualizado em 09/01/2018 07h21
Sylvio Sirangelo/TRF4 Desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que julgará Lula A funcionária pública assinou uma petição que exigia a prisão do petista e divulgou a campanha no Facebook

Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região defendeu uma funcionária que fez críticas contra o ex-presidente Lula nas redes sociais.

Daniela Lau é chefe de gabinete de Carlos Eduardo Thompson, responsável pelo tribunal que vai julgar o recurso de Lula na Lava Jato.

A funcionária pública assinou uma petição que exigia a prisão do petista e divulgou a campanha no Facebook.

Líder do PT no Rio Grande do Sul, o deputado federal Pepe Vargas divulgou a publicação de Daniela e declarou que “o golpe continua em todas as frentes”.

Quem também fez duras críticas ao TRF4 e à funcionária foi a senadora Gleisi Hoffmann.

Ela disse que há parcialidade e perseguição a Lula dentro do Tribunal: “a chefe de gabinete do TRF4 postou em seu Facebook campanha para prender o Lula. Isso é escandaloso. Aliás, o chefe dela, dr. Thompson, já havia dito que a sentença do juiz Sérgio Moro era irretocável, sem ter lido. Como vamos confiar no Judiciário quando aqueles que tinham de ser isentos se comportam dessa forma? Querem fazer militância política? Entrem em um partido político”.

Em nota, Carlos Eduardo Thompson declarou que a servidora exerceu o direito constitucionalmente assegurado a qualquer brasileiro de se manifestar.

Daniela Lau é servidora concursada, com 24 anos de carreira no Tribunal, e, de acordo com a nota, nunca atuou na área judicial, exercendo apenas cargos administrativos no TRF4.

O julgamento do ex-presidente Lula, em segunda instância, está marcado para o dia 24 de janeiro, com início previsto às 8h30.

Em julho, Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o tríplex no Guarujá.

Caso confirmada a condenação, a determinação de execução provisória da pena só vai ocorrer após o julgamento de todos os recursos do segundo grau.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

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