Pressionado pelo Nordeste, ministro da Defesa diz que óleo é ‘problema conjunto’
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, visitou nesta terça-feira (22) a cidade de Recife, juntamente com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Câmara tem cobrado ações mais duras do Governo Federal para resolver o problema das manchas de óleo nas praias do Nordeste brasileiro.
Fernando Azevedo garantiu que o plano de contingência, cobrado pelos governadores, já foi acionado desde o início da crise e lembrou que a responsabilidade é conjunta. O ministro explicou ainda porque só agora 5 mil homens do Exército foram designados para ajudar no trabalho de limpeza das praias.
“Nós não julgávamos ser necessário. Quando precisou, empregamos o Exército. Quando as manchas saíram de Salvador e chegaram em Pernambuco, aí sim. A imprevisibilidade do local que aparecem as manchas, a dificuldade nossa é essa.”
O comandante da Marinha, Ilques Barbosa Júnior, informou também nesta terça que o Governo monitora cerca de 30 navios de 10 nacionalidades diferentes, num pente fino que começou com mais de mil navios.
Barbosa explicou que a investigações são sigilosas e contam com o apoio de empresas e instituições estrangeiras. A única certeza é de que o petróleo não é produzido no país.
Ilques disse também que uma das teses para o vazamento do petróleo é de que a origem dele deve ter sido navios que navegam sem radar, sem prestar informações sobre origem e destino ou carga – muitas vezes ilegal. Esses navios navegariam nas sombras para evitar qualquer tipo de interceptação.
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, confirma que está é uma das possibilidades. Mourão mais uma vez rebateu críticas ao trabalho do Governo e, segundo ele, o grande problema é que não houve tempo para as autoridades brasileiras se prepararem.
Senadores da Comissão de Meio Ambiente estiveram no Palácio do Planalto com o presidente em exercício Hamilton Mourão e apresentaram um documento com sugestão de oito medidas para serem implementadas em caso de vazamento de óleo.
O presidente da Comissão, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) criticou a demora do Governo, mas também afirma que o Congresso Nacional precisa fazer a parte dele. Ele lembrou de problemas recentes sem Minas Gerais por conta de rompimento de barragens e reclama que nada mudou.
Entre as medidas a serem tomadas, a principal é a decretação de emergência ambiental no Nordeste com a liberação imediata de recursos financeiros, humanos e materiais para enfrentar o problema.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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