Primavera atrapalha combate ao coronavírus no Reino Unido e Johnson endurece o discurso

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 23/03/2020 07h58 - Atualizado em 23/03/2020 09h16
EFE/EPA/ROBIN VAN LONKHUIJSEN Pessoas usando máscara andam por Amsterdã, capital e maior cidade da Holanda Os últimos números do governo britânico indicam quase 5.700 casos confirmados -- com 281 mortes no país

O tempo bonito trazido pela primavera acabou se tornando um vilão deste final de semana no combate ao coronavírus. Parte considerável dos britânicos, depois de alguns meses consecutivos de tempo fechado e chuva, não aguentaram a tentação e foram à rua.

Parques, mercados de rua e pontos turísticos ficaram movimentados neste domingo (22) — o que é uma tragédia para o combate da epidemia da covid-19. Os casos seguem crescendo de forma assustadora, mas isso não inibiu muita gente.

Tanto que o primeiro-ministro Boris Johnson elevou o tom e indicou que deve endurecer as regras de circulação de pessoas. No Reino Unido o isolamento ainda não é obrigatório — e por isso muitos estão desrespeitando as orientações.

Isso mesmo com o comércio praticamente todo fechado e as notícias constantes de que o sistema de saúde está perto do colapso.

Grandes redes como McDonald’s, Costa Café e Nandos vão fechar as portas em todo o país a partir desta segunda-feira (23). Nem mesmo os serviços de lanches para viagem vão permanecer abertos.

Os últimos números do governo britânico indicam quase 5.700 casos confirmados — com 281 mortes no país.

Europa 

Os números dos outros países europeus também continuam crescendo de forma drástica, apesar dos confinamentos obrigatórios. Itália e Espanha já aumentaram os prazos que as pessoas devem ficar em casa para pelo menos um mês e mesmo assim vai ficando claro que o esforço coletivo vai ter que durar mais.

A recessão econômica é dada como certa e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, elevou o tom com a União Europeia. O líder de Madrid pediu um Plano Marshall do continente para tentar salvar empregos e evitar uma quebradeira geral.

A Espanha também cobra ação articulada da União Europeia com um seguro desemprego continental e outras ações de investimento, mas o bloco está dividido no momento.

França, Itália e Espanha pedem que o bloco abra os cofres para socorrer seus integrantes. Holanda e Alemanha mantém postura mais ortodoxa e puxam o freio nos planos de gasto neste momento de crise.

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