Primeira sessão da Câmara começa com bate-boca e disparadas contra oposição
A primeira sessão na Câmara dos Deputados começou quente e já foi marcada por bate-boca e até disputa de microfone nesta terça-feira (05).
Os parlamentares mal pisaram no plenário e começaram a se engalfinhar. O deputado petista Valmir Assunção (PT-BA) usava seu tempo de discurso na tribuna para falar sobre o ex-presidente Lula, foi aí que o Delegado Éder Mauro (PSD-PA) o interrompeu reagindo aos berros.
A deputada Geovânia de Sá (PSDB-SC), que presidia a Mesa, teve que se desdobrar para conter os ânimos. A temperatura não baixou e a linha de frente do Governo já deu indícios de que escalará a trincheira.
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) disparou contra a oposição: “eu digo para o senhor e para a oposição que a vida do PT não será fácil nesta Casa e que vamos brigar pela prisão em segunda instância e ela será aprovada. E digo que veremos Lula, chefe da quadrilha e do petrolão, apodrecer na cadeia”.
Quando houve uma trégua, e os ânimos ficaram menos exaltados, valeu até mesmo passar o currículo a limpo na tribuna, como foi o caso do deputado maranhense do PSB, Bira do Pindaré: “eu sou o Bira do Pindaré, filho do interior do Maranhão, fui criado na capital, mas graças a Deus posso dizer que venci na vida”.
Os deputados estavam agitados, o estreante Alexandre Frota, eleito pelo PSL de SP disse ter formado um grupo de parlamentares a fim de fiscalizar as condições dos presos da Lava Jato em Curitiba, e destacou uma fatia de sua fala para mandar um recado de melhoras ao presidente Jair Bolsonaro: “quero agradecer imensamente aqueles que votaram em mim para que eu possa lutar por dias melhores”.
O jogo já começou. Nesta nova legislatura até a pomposidade do “Vossa Excelência” está em xeque.
Já pensaram se os nobres deputados começarem a se tratar por “você”, ou pelos apelidos? Em uma casa onde os parlamentares já chegaram às vias de fato, com agressões verbais e até físicas, cusparadas e xingamentos, este seria o menor dos problemas.
Diga-se de passagem, é saudável e interessante que a quebra de decoro não paire no ar do plenário que “sempre” foi pautado por boa conduta, ética e respeito. Afinal de contas, são as imagens e reputações que balizam a vida dos políticos que regem a nação. Mas como diz o ditado, “a esperança é a última que morre”.
E neste estigmatizado clichê está a sociedade brasileira, rotineiramente confiante num futuro próspero. Será que desta vez vai? A engrenagem irá funcionar? Somente o tempo, senhor da razão, dirá.
As apostas foram feitas, tanto é que as caras novas estão presentes e as fichas da renovação colocadas na mesa.
*Informações do repórter Daniel Lian
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