Problemas no atendimento de bancos digitais têm frustrado consumidores; saiba o que fazer

Advogado Luiz Felipe Attié, especialista em direito empresarial e em contratos de tecnologia, afirmou que o Banco Central tem dado celeridade a esse tipo de reclamação

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2023 12h25 - Atualizado em 21/06/2023 12h47
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Punttim/Pixabay Homem com a mão na cabeça e lendo no computador com aparência de preocupado Clientes têm relatado problemas de atendimento em bancos digitais

Abertura de contas sem burocracia e isenção de tarifas são diferenciais dos bancos digitais, que têm se tornado cada vez mais populares. No entanto, quando existe algum problema para ser resolvido com essas novas instituições financeiras, a praticidade se torna uma verdadeira dor de cabeça. De acordo com os dados do Banco Central (BC), entre as principais queixas registradas estão cerca de 2,9 mil reclamações relacionadas a irregularidades em integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito e 1 mil relacionadas às ofertas ou prestações de informação sobre crédito consignado de forma inadequada.

É o que relatou o assistente administrativo Waldir de Falco em entrevista á Jovem Pan News. Ele abriu uma conta no C6 Bank há três anos e, desde então, sentiu várias frustrações. Primeiro, problemas relacionados ao Pix, que era bloqueado em determinados horários, e depois vieram outras dificuldades. “Também tive problemas com o saque nos bancos 24 horas. Porque, como é um banco digital, não tem um caixa eletrônico próprio. O maior problema que eu tive foi com o meu cartão, que eu tive que contratar e pedir outro cartão para poder usar porque o meu primeiro cartão que tinha vindo não estava mais funcionando. Quando chegou, o cartão novo também não funcionava.”. Quando Valdir foi em busca de tentar resolver esses problemas, o atendimento virtual se mostrou ainda mais burocrático do que aguardar numa fila de banco em agência física. “O contato virtual é mais demorado. Às vezes não é solucionado o problema de imediato. Ainda tem que entrar em contato por e-mail. Eles também não respondem por telefone. Às vezes o contato deles por telefone é impossível. O suporte para a gente é menor e a gente acaba se prejudicando. Eu acho que esse é o maior problema.”

Outro problema bastante relatado é quando há um furto de celular, por exemplo, e os clientes não conseguem cancelar as transações feitas pelos aplicativos dos bancos digitais, pois nem mesmo há uma agência física para se fazer isso. Nesse caso, a recomendação é registrar um Boletim de Ocorrência e, se não conseguir fazer o cancelamento pelo canal digital, recorrer ao Banco Central. O advogado Luiz Felipe Attié, especialista em direito empresarial e em contratos de tecnologia, afirma que o BC tem dado celeridade a esse tipo de reclamação. “O Banco Central tem agido de forma muito precisa em relação às fraudes, no sentido de garantir essa transparência ao consumidor. O próprio site do Banco Central provê essas informações. Você consegue ir lá buscar as instituições financeiras autorizadas, consegue buscar os canais de ouvidoria e consegue também tomar conhecimento dos produtos financeiros ofertados.”

“As reclamações são feitas normalmente por via digital. O Banco Central, inclusive, deixa à disposição da população um canal de denúncia, no qual orienta que seja utilizado somente após denúncia à própria instituição. Esse canal de denúncia, na verdade, funciona como uma ponte entre o consumidor e a instituição financeira. É importante, muitas vezes, que o cidadão utilize esse canal de denúncia, porque é com base nessas denúncias, nessas reclamações e até mesmo nas soluções que são dadas aos problemas, que o Banco Central consegue visualizar os problemas recorrentes e, se for o caso, garantir maiores regulações que evitam esse tipo de fraude”, explicou Attié.

*Com informações do repórter David de Tarso

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