Procurador do MP diz que “PF é porta dos fundos para firmar acordos de delação”; delegados protestam

  • Por Jovem Pan
  • 31/07/2018 06h39
Reprodução/PF Reprodução/PF O procurador também criticou o acordo com o ex-ministro Antônio Palocci, assinado com a PF, dizendo ter sido pouco produtivo

Entidades de delegados da Polícia Federal protestaram contra as declarações do procurador do Ministério Público Federal do Paraná, Carlos Fernando dos Santos Lima.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ele disse que a Polícia Federal é a porta dos fundos para firmar acordos de delação premiada e que a porta da frente é o Ministério Público. Também criticou o acordo com o ex-ministro Antônio Palocci, assinado com a PF, dizendo ter sido pouco produtivo.

Para a delegada de Polícia Federal Tânia Prado, a fala apequena a instituição: “ele está apequenando as polícias judiciárias. Esse tipo de atitude atenta contra a repressão a todo crime organizado. Afinal, cada instituição tem seu papel e devem trabalhar de maneira coordenada, cada instituição respeitando seu espaço”.

Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo, o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal de São Paulo e o Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo dizem que “é lamentável que um agente público tente diminuir outras instituições públicas se pautando, para tanto, em interesses corporativistas”.

Na visão das entidades, “a fala do Procurador passa a impressão de que apenas o Ministério Público teria competência para formalizar os acordos, como se o órgão fosse uma instituição acima do bem e do mal e livre de equívocos”.

Ainda segundo o texto, “o Procurador questiona a segurança jurídica de um acordo firmado diretamente com as Polícias, mas se esquece de que eles dependem de homologação judicial. E é justamente esta homologação que confere a segurança necessária ao ato, pouco importando a origem da proposta”, completa a nota.

*Informações do repórter Levy Guimarães

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