Mesmo sem prisões 1 ano após Brumadinho, procurador-Geral do MP-MG não vê frustração
Um ano depois do rompimento da barragem de Brumadinho, o procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet, não acredita ser frustrante o fato de ninguém ter sido preso até agora.
“Decididamente não é frustrante, o trabalho do MP tem sido muito intenso no primeiro ano”, afirmou, em entrevista ao Jornal da Manhã. Ele destacou a resposta rápida do Ministério Público, no mesmo dia do desastre ambiental, que já contratou empresas para prestar assessoria em favor dos atingidos.
Em parceria com a Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério do Trabalho, o procurador explicou a atuação em três frentes: eixo socioeconômico, socioambiental e apuração criminal. “Em um ano, conseguimos judicializar esses três eixos, apontamos à Justiça os responsáveis pela indenização das vítimas, reparação do meio ambiente e , agora os responsáveis criminais.“
No entanto, Tonet fez uma ressalva: “Estamos orgulhosos do trabalho, mas, muitas vezes,o que a sociedade espera são prisões, mas isso deverá decorrer do devido processo legal.”
Indenizações
O procurador contou “várias espécies de indenizações”: “MP do trabalho tem trabalhado na indenização das famílias que perderam pessoas que eram funcionários da Vale, as determinações têm sido feitas. A Defensoria tem patrocinado vítimas que não eram funcionários. E existe a necessidade de centenas, milhares de pessoas, que foram atingidas ao longo da bacia do Rio Paraopeba, essa é a mais difícil.”
“Isso leva um tempo. Conseguimos na justiça um pagamento emergencial para todos os residentes, está caminhando”, completou.
Tonet ainda destacou o novo Marco Regulatório de MG, que só saiu do papel após Brumadinho e analisou: “A barragem de Brumadinho serviu como gatilho muito importante para que desvendassem que outras estruturas de Vales e outras mineradoras também estão sob risco.”
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.