Procuradores do RJ pedem suspeição de Gilmar após ministro suspender ação contra advogados

Entre os investigados estão famosos como Frederick Wassef, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2020 06h54 - Atualizado em 05/10/2020 18h40
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Carlos Moura /SCO/STF O ministro da STF, Gilmar Mendes No entendimento, o ministro diz que os procuradores fluminenses investigaram indiretamente o ministro do STJ, Napoleão Maia

Procuradores da República do Rio de Janeiro decidiram recorrer de mais uma decisão polêmica do ministro do STF, Gilmar Mendes, tomada nas últimas horas e que agora está paralisando a Operação E$quema S da Lava Jato fluminense — que apura desvios de recursos do Sistema S, comandado pelo ex-presidente da Fecomercio Orlando Diniz. Parte do dinheiro teria ido para advogados e escritórios de advocacia através de contratos fictícios, que foram alvos dessa operação realizada no mês passado. Entre os investigados estão advogados famosos como Frederick Wassef, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira.

Wassef, inclusive, virou réu na Justiça na última semana por supostamente ter se beneficiado de R$ 2,5 bilhões. Ele nega. Gilmar Mendes, ao decidir paralisar as investigações, gera uma enorme insatisfação. O pedido dos procuradores é que haja uma suspeição dele para julgar esse caso envolvendo a Fecomercio. Esse pedido de paralisação acolhido por ele veio da OAB. No entendimento, o ministro diz que os procuradores fluminenses investigaram indiretamente o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Napoleão Maia. A procuradoria do Rio de Janeiro já tem uma relação difícil com Mendes, que é relator da Lava Jato no Rio. Gilmar já tomou muitas decisões polemicas e mandou soltar vários alvos da Operação no Estado.

Ainda nesta segunda, a força-tarefa da Lava Jato no Rio esclareceu que o pedido de suspeição de Gilmar é datado de setembro, portanto é anterior à decisão do ministro do Supremo de paralisar as investigações. A solicitação segue sob sigilo de Justiça e as justificativas para o pedido de suspeição não foram revelados pela força-tarefa. No entanto, fontes ouvidas pela Jovem Pan alegam que há supostos motivos que justificariam o afastamento de Gilmar Mendes da Operação E$quema S. Entre as possíveis justificativas, há o fato de um cunhado de Gilmar ter um imóvel bloqueado na mesma operação. Outro motivo seria suposto patrocínio feito ao Instituto Brasiliense de Direito Público, fundado por Gilmar Mendes, pela Federação de Comércio do Rio. A Fecomércio é investigada na Operação E$quema S por desvios de 151 milhões de reais do Sistema S. Fontes afirmam à Jovem Pan que os procuradores do Rio aguardam o pedido de suspeição de Gilmar Mendes, que será apreciado pelo presidente do STF, Luiz Fux, antes de adotar alguma medida. O caso também pode ser levado ao plenário do Supremo.

 

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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