Produção industrial cresce em outubro após dois meses de queda, afirma IBGE

Com taxa positiva de 0,3%, a elevação não repõe perdas observadas no mês de agosto e setembro, que acumulam 1%; dos quatro setores estudados, os que mais se destacaram foram alimentício e metalúrgico

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2022 08h18
José Paulo Lacerda/CNI Trabalhadores operam linha de produção em uma indústria Aumento dos juros cria dificuldade extra para a tomada de crédito e impacta negativamente na produção da indústria brasileira

Após dois meses em queda, a produção da indústria brasileira voltou a crescer no mês de outubro. Uma taxa positiva de 0,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do crescimento na margem, na ponta, as perdas observadas no mês de agosto e setembro não são repostas. Na época, a redução agregada acumulada foi de mais de 1%. O sinal, porém, é positivo depois de dois meses operando no terreno negativo. O destaque ficou para o setor de alimentos e de metalurgia, que abastece, por exemplo, a construção civil. O setor alimentício vinha de queda nos meses anteriores. O gerente da pesquisa mensal da indústria do IBGE, André Macedo, destacou que o crescimento foi muito concentrado em poucos grupos e atividades. Dos quatro segmento, dois cresceram e dois caíram. Das 26 atividades pesquisadas, apenas 7 tiveram taxa positiva. Entre as atividades a metalurgia e alimentícia. “Em linhas gerais, embora a produção industrial tenha mostrado melhora em seu ritmo de produção no início do ano, uma vez que marcou quatro meses de resultados positivos consecutivos, nos últimos meses observa-se uma perda de intensidade. Nos últimos cinco meses, em três oportunidades, o setor industrial mostrou queda na produção e com predominância de resultados negativos entre as atividades industriais investigadas. Permanecendo, dessa forma, longe de recuperar as perdas do passado recente”, declarou Macedo. Entre os fatores que podem estar limitando o fôlego da indústria brasileira, há questões externas e internas: guerra entre Rússia e Ucrânia, menor crescimento dos países ricos, desaceleração do PIB da China afetam exportações da indústria brasileira. Entre as questões internas estão: crédito mais caro, Selic elevada, resistência na inflação de alimentos e muita gente fora do mercado de trabalho, de acordo com o IBGE.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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