Produção de veículos cai no Brasil e chega ao menor nível da história
O setor automotivo ressalta os efeitos políticos na crise econômica derivada pela pandemia da Covid-19. Após a paralisação de 63 fábricas, em abril foram produzidos 1.800 veículos em todo o Brasil, o menor volume da história, desde 1957, quando havia seis montadoras no país.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, destaca o cuidadoso retorno gradativo da produção em maio, mas garante que a questão sanitária é prioridade sobre a econômica. Mas ele ressalta que a situação do Brasil poderia estar melhor, como o mercado de câmbio.
No acumulado de 2020, o setor já registra queda de 40% na produção; 587 mil contra 965 mil veículos, no mesmo período de 2019. Numa cadeia, o fechamento das concessionárias na quarentena derrubou em 76% das vendas.
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, lembra que as mais de sete mil empresas não conseguem vender e continuam sem acesso ao crédito. Segundo ele, 30% das empresas podem quebrar nos próximos 15 dias.
O estado de São Paulo representa mais de 25% das vendas do Brasil e caiu 99% em abril. Há estoque nas concessionárias para quatro meses. Ainda há 55 fábricas fechadas e 95 mil trabalhadores fora das linhas de montagem. Já as concessionárias empregam 315 mil pessoas em 1.050 cidades do país.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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