Produtores franceses citam risco a saúde e meio ambiente ao criticar acordo Mercosul-UE: ‘estúpido e perverso’

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2019 08h02 - Atualizado em 08/07/2019 08h35
EFE O presidente Jair Bolsonaro se reuniu nesta sexta-feira (28) com o presidente francês, Emmanuel Macron, durante a cúpula do G20 no Japão O grupo teceu críticas ao presidente da República da França, Emmannuel Macron

A direita francesa criticou o acordo entre a União Europeia e o Mercosul e o classificou de “economicamente estúpido e ecologicamente perverso”. Em uma carta, 53 parlamentares republicanos reclamaram principalmente da questão ambiental e a concorrência com os produtores franceses.

O grupo teceu críticas ao presidente da República da França, dizendo que ele tem preferência pela ecologia burocrática. Para eles, ao aceitar o tratado, Emmannuel Macron contribuiu com uma agricultura responsável por 80% do desmatamento da Amazônia.

Os republicanos condenaram o uso dos produtos fitossanitários por parte da América do Sul. Segundo eles, dois terços do que é usado neste continente é proibido na Europa.Os parlamentares cobraram a criação de barreiras ecológicas para impedir a presença de alimentos que não estejam de acordo com os padrões ambientais europeus.

Eles ainda citam o uso de hormônios de crescimento para argumentar que o acordo vai “inundar os mercados” locais de produtos que contém riscos para a saúde pública. As principais queixas giram em torno da carne bovina, de frango e o açúcar, que têm forte produção na França e terão cotas de importação com tarifas baixas se o acordo for aceito.

Sobre a cláusula de salvaguarda – mecanismo usado para evitar surtos de importação, o grupo diz que serão tão eficazes como o uso de uma mangueira furada para extinguir um incêndio florestal.

A oposição finaliza que está se mobilizando na Assembleia Nacional, Senado e Parlamento Europeu para barrar a retificação do acordo entre União Europeia e Mercosul.

Brasil

O governo Macron já havia manifestado preocupação com as políticas ambientais brasileiras e é voto incerto para aprovar o tratado. O Ministério da Agricultura vê a relutância dos franceses como protecionismo e medo, mas garante a qualidade dos produtos brasileiros.

A ministra Tereza Cristina disse nos últimos dias que, se o acordo for aceito pelo Parlamento Europeu, as duas partes terão que ceder. “O francês ele tem a parte agrícola muito protegida, e ele teme a entrada do Brasil no seu mercado. Mas assim como nós vamos ter que ter alguma adaptação, eles também vão ter. Existe um protecionismo na Europa em torno da carne bovina, do açúcar, do etanol”.

A Pasta garantiu que os alimentos estão de acordo com padrões restritos e ressaltou a necessidade de desmistificar a imagem brasileira perante a Europa.

*Com informações da repórter Nanny Cox 

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