Produtores rurais sofrem perdas em meio à pandemia por falta de demanda
Hortas a perder de vista encobrem os morros e pintam de verde claro a paisagem de Piedade, no interior de São Paulo. O que antes parecia sinal de fartura agora virou motivo de aflição para quem vive da produção de frutas e verduras.
Com a queda da demanda de restaurantes, sobretudo da capital, as hortaliças estragam antes mesmo da colheita. O Valdir não abandona a plantação, mas tem pouca esperança de ver a situação melhorar.
Na fazenda do seu Isao, os caquis apodrecem ainda no pé. Ele estima que apenas 1% das frutas poderá ser aproveitado.
Com as restrições de circulação, muitos agricultores ficaram sem ter como escoar a produção. A alternativa encontrada foi reforçar a distribuição no mercado local e cidades mais próximas.
O Henrique coordena uma cooperativa de produtores e diz que a aposta agora é no delivery, com os pedidos são feitos por aplicativo. Na hora da entrega, o principal cuidado é com a higiene.
Com filho pequeno, a Carmem tem saído menos esses dias. Agora ela não abre mão de receber as cestas com legumes e frutas fresquinhos na porta de casa.
Desde a semana passada, produtores e agricultores familiares que fornecem produtos agropecuários para feiras livres, sacolões e comércio varejista devem redobrar os cuidados de higiene.
Segundo o Ministério da Agricultura e organismos internacionais, no entanto, não há qualquer evidência de que o novo coronavírus possa ser transmitido por meio de alimentos.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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