Funcionários do BNDES voltam a protestar contra nova gestão

Manifestação era contra a demissão de um profissional da TI, demitido por Gustavo Montezano, acusado de ter compartilhado informações sigilosas

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2019 08h55 - Atualizado em 14/12/2019 08h57
Arquivo/Agência Brasil Banco de fomento econômico registrou alta de 17% na comparação com resultados de 2019 No entanto, uma sindicância interna não apontou qualquer tipo de irregularidade

Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) protestaram nesta sexta-feira (13) no Rio de Janeiro contra a demissão de um
profissional da Tecnologia da Informação (TI), Gustavo Moraes.

Ele foi desligado pelo presidente da instituição, Gustavo Montezano, acusado de ter compartilhado informações sigilosas. No entanto, uma sindicância interna não apontou qualquer tipo de irregularidade.

Segundo a Associação de Funcionários, a sindicância indicou que o compartilhamento aconteceu apenas com funcionários do próprio banco e que não houve vazamento da informação.

Tratava-se de um documento encomendado pelo próprio BNDES para mapear os chamados stakeholders, personagens que poderiam causar instabilidade ou até mesmo crise na gestão do banco. Entre esses, estão muito jornalistas, filhos do presidente da República Jair Bolsonaro e o próprio mandatário brasileiro.

O vice-presidente da Associação de Funcionários do BNDES, Arthur Koblitz, considerou a demissão de Gustavo Moraes “um ato arbitrário” e um sinal de que Montezano quer “colocar uma política de medo entre os funcionários”.

“É uma diretoria que tem poucas notícias boas para dar ao BNDES. Ela vai perder então qualquer legitimidade ou liderança em termos do que apresenta em projetos  e ela vai ter que usar e sinalizar a sua disposição de aplicar força sobre os funcionários”, disse.

Essa é a segunda onda de protestos enfrentados por Montezano. Recentemente, após a demissão da superintendente da área jurídica do banco, Luciana Tito, houve também atos dos empregados do banco. Ela divergia sobre a forma de venda de algumas ações da Caixa Econômica Federal e bateu de frente com o então diretor ligado a área de mercado de capitais, André Lalone.

Ele acabou sendo demitido dias depois. Também nesse ano de 2019, funcionários do BNDES se mobilizaram para protestar ainda na gestão do ex-presidente Joaquim Levy contra mudanças na administração do Fundo Amazônia.

* Com informações do repórter Rodrigo Viga

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