Novo protocolo vai agilizar atendimento de casos suspeitos em postos, diz Ministério da Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 20/03/2020 06h58 - Atualizado em 20/03/2020 08h55
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Mohamed Hossam/EFE Uma possível restrição de fronteiras entre os estados ainda não é recomendada pelas autoridades de saúde

Um novo protocolo do Ministério da Saúde vai garantir um atendimento mais rápido nos postos de saúde de locais que já identificaram transmissão comunitária do novo coronavírus.

Idosos, pacientes com doenças crônicas ou sistema imunológico enfraquecido, gestantes e mães até 45 dias após o parto terão prioridade no atendimento.

Os casos de pessoas com sintomas leves de gripe e sem doenças pré-existentes serão tratados nas unidades de saúde. Elas serão levadas para um ambiente de isolamento respiratório, evitando a circulação e contágio local de outros pacientes.

Segundo o secretário de atenção primária à saúde, Erno Harzheim, os casos graves serão encaminhados para os hospitais.

“Algumas pessoas vão receber a prescrição de um medicamente para influenza, mas como vamos tratar toda síndrome gripal como se fosse influenza, porque não temos o teste, as pessoas receberão o medicamento quando elas fazem parte do grupo de risco para influenza.”

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, o Brasil tem 621 casos confirmados da doença em vinte e um estados e no Distrito Federal. Até o momento, seis pessoas morreram, sendo quatro em São Paulo e duas no Rio de Janeiro.

Além desses dois estados, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também já apresentaram transmissão comunitária, quando não é possível rastrear a origem da infecção.

O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a recomendar o isolamento domiciliar para controlar o vírus. “Por favor, brasileiros, em caso de gripe, recolha sua família e fique em isolamento. Se precisa de atestado, peça em uma unidade. Permaneçam dentro de casa.”

Cruzeiros turísticos também não farão embarques e desembarques no Brasil. Embarcações que fazem transporte de cargas não serão impedidos de atracar no país, já que isso poderia comprometer o fornecimento de produtos. A tripulação, no entanto, não poderá desembarcar.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, apenas dois navios turísticos completarão a rota pois já estão em operação.

“No momento em que ele parar, os passageiros vão descer e irão para os seus países. Então não acontecerá mais circulação na cidade.”

Uma possível restrição de fronteiras entre os estados ainda não é recomendada pelas autoridades de saúde.

Segundo João Gabbardo dos Reis, ainda não há justificativa para impedir o deslocamento dos brasileiros pelo país. Para ele, decisões sobre o trânsito de pessoas não cabem ao ministério da Saúde, mas ao comitê de crise do governo federal.

*Com informações da repórter Letícia Santini.

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