Na véspera de quarentena total, paulistanos veem rotina mudar ainda mais
Caminhadas usando luvas e máscaras, vários entregadores de delivery, comércio e igrejas fechados e metrô vazio. Esse foi o cenário do domingo (22) nas ruas do centro da cidade de São Paulo
Fechado em casa desde domingo, o administrador Lucas Neiva aproveitou a ida ao supermercado para fazer uma rápida caminhada. “Na verdade a gente veio só para passar no supermercado e dar uma espairecida. Mas estamos em casa desde domingo passado.”
A movimentação, que já foi pequena, vai diminuir ainda mais a partir da terça-feira — quando todo o Estado entra em quarentena por conta do coronavírus. Todo comércio e serviços não essenciais em todo estado deverão obrigatoriamente fechar até o dia 7 de abril — sendo que essa data pode ser prolongada.
No entanto, segundo o governador de São paulo, João Doria, o sistema público de saúde não deve entrar em colapso.
“Em São Paulo eu posso garantir que não teremos um colapso no Estado e na cidade de São Paulo. Tenho certeza também que os governadores e prefeitos de milhares de municípios não permitirão que haja esse colapso.”
O fechamento de todo comércio atinge todas as lojas com atendimento presencial — inclusive bares, restaurantes, cafés e lanchonetes. Estabelecimentos que servem alimentos e bebidas em mesas ou balcões só poderão atender pedidos por telefone ou serviços de entrega.
Só ficarão abertos estabelecimentos com atendimento presencial que prestam serviços considerados essenciais. São eles: hospitais, clínicas – inclusive as odontológicas – e farmácias. No setor de alimentação, podem funcionar supermercados, hipermercados, açougues e padarias, sem permitir o consumo no estabelecimento
No setor de abastecimento, poderão atuar normalmente transportadoras, armazéns, postos de gasolina, oficinas, transporte público, táxis, aplicativos de transporte, serviços de call center, pet shops e bancas de jornais.
O chefe do Centro de Contingência ao coronavírus, doutor David Uip, explicou que o estado se prepara para essa pandemia desde dezembro.
“Nós estamos nos preparando desde do primeiro dia e do primeiro caso da china. Providências foram tomadas, aumento no número de leitos, gestão de leitos, e todo um trabalho de prevenção com o intuito de abaixar o pico e diminuir o número de infectados.”
O decreto também impõe que templos religiosos não recebam cerimônias de qualquer natureza. O governo reforçou a orientação de que a população, como um todo, não saia de casa.
*Com informações do repórter Leonardo Martins
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