Quase 50 anos depois, ossada de desaparecido político é enterrada pela família após reconhecimento

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2018 09h43
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Pixabay A identificação foi concluída em 16 de fevereiro deste ano, graças ao Grupo de Trabalho Perus, o GTP (foto ilustrativa)

No Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, uma família conseguiu enterrar os restos mortais de um militante político 47 anos depois do sumiço.

A ossada era de Dimas Casemiro, morto nos anos 1970, durante o Regime Militar. A identificação foi concluída em 16 de fevereiro deste ano, graças ao Grupo de Trabalho Perus, o GTP.

A vala clandestina de Perus foi descoberta em 1990, no cemitério Dom Bosco, na Zona Norte de São Paulo. Lá, Dimas havia sido enterrado como indigente.

O comitê gestor do GTP é composto por integrantes do Ministério dos Direitos Humanos, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, da Unifesp, a Universidade Federal de São Paulo, e da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

A Pró-reitora de Extensão e Cultura da Unifesp ficou responsável pela transferência e entrega dos remanescentes ósseos. Raiane Assumpção contou a reação do filho de Dimas, Fabiano, ao conseguir sepultar o pai: “para gente da Universidade é uma forma de mostrar qual a contribuição da ciência. O Fabiano revelava um momento de alegria”.

Mais de mil ossadas foram encontradas desde a descoberta da vala clandestina, e antes de Dimas apenas três pessoas tinham sido identificadas.

O grupo contou com ajuda internacional e a análise genética da International Commission on Missing Persons. Raiane Assumpção, da Unifesp, explicou a importância da identificação: “é uma forma de a gente reafirmar o compromisso da Universidade, mas com o Estado cumprindo com o papel dele”.

O próximo passo do grupo é enviar, ainda neste mês, mais 150 amostras para análise no Instituto da Bósnia. O sepultamento dos restos mortais de Dimas Casemiro ocorreu em Votuporanga, cidade natal dele.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

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