Quase 9,5 milhões de crianças brasileiras até 14 anos vivem na extrema pobreza
A maior parte das crianças mais pobres vivem, principalmente, na região Nordeste
Um novo levantamento da Fundação Abrinq aponta para dados alarmantes sobre o cenário da infância no Brasil. Segundo o estudo, 20 milhões de crianças estão em situação de pobreza ou extrema pobreza.
O número representa um aumento de mais de 7 pontos percentuais em relação ao ano passado. O crescimento chega a ser maior que a pobreza da população em geral.
Mais 10,5 milhões de crianças vivem em famílias que recebem até meio salário-mínimo por mês. Enquanto quase 9,5 milhões vivem em lares com até R$ 234 mensais.
A maior parte das crianças mais pobres vivem, principalmente, na região Nordeste, onde mais de 39% delas estão em situação de extrema pobreza.
A realidade da pobreza traz impactos, entre eles a desnutrição e o aumento na taxa de mortalidade infantil. Outro impacto da realidade de pobreza é a gravidez na adolescência.
Para a líder de políticas públicas da Fundação Abrinq, Maitê Gauto, a realidade de pobreza, somada a baixa perspectiva de futuro, acaba aprisionando as crianças na mesma realidade.
Mais de 70% das crianças no Brasil não tem vaga em creche. Cerca de 1,4 milhão de adolescentes estão fora da escola.
Outro aspecto que demonstra a manutenção da desigualdade entre crianças é o acesso ao ensino superior. Alunos que concluem o ensino médio em escolas públicas têm a metade das chances de chegar ao ensino superior.
Outra exposição da vulnerabilidade infantil pode ser identificada nos alarmantes casos de estupro. Mais de 86% do total de notificações de estupro acontecem com meninas de até 19 anos.
O dado, no entanto, é impreciso já que o estupro ainda é pouco denunciado.
*Informações da repórter Victoria Abel
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