Quase sem leitos, Amazonas confirma contaminação em presídio e descarta intervenção federal
Pelo menos 14 pessoas morreram no Amazonas por causa do novo coronavírus entre terça e quarta-feira. Já são 207 mortes no Estado, 190 delas só em Manaus. A taxa de mortalidade chega a 8,5% e está acima da média nacional. O número de infectados beira os 2.500.
Contêineres frigoríficos foram instalados para comportar a alta demanda de caixões que estão sendo enviados de hospitais públicos da capital, a maioria de vítimas da doença.
Com quase todos os leitos de UTI ocupados, a situação pode se agravar ainda mais após a confirmação do primeiro caso da covid-19 entre presos. À beira do colapso não só nos hospitais, mas também no sistema funerário, a Assembleia Legislativa do Amazonas solicitou intervenção federal na saúde.
O senador Eduardo Braga entregou o pedido pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro. O Planalto e o governador Wilson Lima descartam uma intervenção por enquanto.
Além da falta de leitos disponíveis, a falta de testes do novo coronavírus ajuda a agravar o quadro. Dados do Ministério da Saúde mostram que, até 16 de abril, pouco mais de 8 mil dos mais de 470 mil exames distribuídos aos Estados haviam sido destinados ao Amazonas.
O descumprimento do isolamento social também é apontado como uma causas para o colapso do sistema de saúde. Segundo a secretária de estado da saúde, Simone Papaiz, a única maneira de vencer esse momento difícil é com apoio.
Esperança
Em meio ao caos, algumas cenas trazem esperança.
Aos 66 anos, Antônio Guedes da Silva, está curado da covid 19. Imagens divulgadas pela prefeitura de Manaus mostram o seu Antônio se divertindo com a equipe médica após deixar a unidade de tratamento semi-intensivo.
Até o momento, 879 pessoas já se recuperaram da doença no Amazonas.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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