Quatro em cada dez paulistanos já sofreram ou presenciaram preconceito contra LGBTs

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2019 08h31 - Atualizado em 19/06/2019 08h33
Dario Oliveira/Estadão Conteúdo Espaços públicos foram os mais apontados como inseguros para esse público

A população LGBT está mais vulnerável nos lugares comuns, como ruas, praças, trens e ônibus. É o que aponta a pesquisa Viver em São Paulo Direitos LGBTQI+, realizada pela ONG Nossa São Paulo em parceria com o instituto Ibope. De acordo com o levantamento, quatro em cada dez paulistanos já sofreram ou presenciaram algum tipo de preconceito contra o público LGBT.

Patrícia Pavanelli, diretora do Ibope Inteligência, lembra que 25% dos paulistanos não se informa sobre os direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais. “O que a gente observa de 2018 para 2019 é que há uma queda no número de pessoas que consideram a cidade de São Paulo tolerante em relação aos LGBT+”, explica.

Ela ressalta que os espaços públicos foram os mais apontados como inseguros para essas minorias. “A pesquisa mostra, também, quais são os locais em que o paulistano consegue perceber e identificar situações de preconceito por conta da orientação sexual e identidade de gênero. E  os espaços públicos e transporte publícios são os mais mencionados.”

Escolas, faculdades, shoppings, bares, restaurantes – esses lugares, todos com grande circulação de pessoas, também foram lembrados pelos entrevistados como pontos recorrentes para casos de preconceito.

Para o ator e youtuber Vitor de Castro,  que nasceu no interior de São Paulo e hoje mora na capital, a maior cidade do país nunca foi muito tolerante com os homossexuais. “Eu acho que a gente tem que começar a acordar, perincipalmente as pessoas que não vivem no meio LGTB. Não digo nem as pessoas que não são LGBT, porque tem gente que  é heterossexual e vive num ambiente todo LGBT friendly, assim. Mas eu acho que as pessoas que não estão nesses meios precisam começar a acordar pra uma realidade que não as atinge, já que grande uma parcela da população passa por isso.”

Segundo a pesquisa do Ibope, as mulheres negras ou pardas de escolaridade baixa e com renda  mensal de ate dois salários mínimos têm a percepção de que são as mais afetadas pelo preconceito na capital paulista. Elas também residem na zona leste da cidade. Já para o grupo de homens brancos, São Paulo é indiferente em relação aos LGBTs.

A pesquisa ouviu 800 pessoas acima dos 16 anos de todas as classes socais e regiões da capital paulista. O índice de confiança é de 95% com margem de erro de três pontos para mais ou para menos.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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