Queiroga diz que vacinar professores não é exigência para reabertura das escolas

Ministro afirmou que as aulas já deveria ter sido retomadas, uma vez que 80% dos professores já receberam a primeira dose da vacina; portaria interministerial sobre o tema deve ser publicada até a semana que vem

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2021 06h41 - Atualizado em 22/07/2021 09h16
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 01/06/2021 O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, segura caneta Marcelo Queiroga insistiu no apelo para que os Estados não adiantem os grupos prioritários

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta feira, 21, que uma portaria interministerial sobre o tema da volta às aulas presenciais deve ser publicada até a semana que vem. Questionado se o momento é seguro para a reabertura das escolas, Queiroga respondeu que as aulas já deveriam ter voltado e que 80% dos professores receberam a primeira dose da vacina, “Acho que já deveriam ter voltado antes, para ser sincero, porque os nossos adolescentes estão sendo prejudicados. Não tem exigência de vacinar professores, isso é invencionice”, afirmou. Ele insistiu no apelo para que os Estados não adiantem os grupos prioritários e disse que a decisão de vacinar crianças e adolescentes é do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Tenho conhecimento que eles estão tratando desse tema. Claro que é um público onde se estudou menos as vacinas, mas há problemas epidemiológicos com esse subgrupo. A gente tem notícias de síndromes respiratórias agudas, óbitos que afetam os nossos adolescentes. E o número de adolescentes com comorbidade não é tão grande assim. Então o PNI vai deliberar sobre esse tema”, disse.

Em um pronunciamento em rede nacional na terça-feira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, também defendeu o retorno às aulas presenciais. Para a coordenadora do Movimento Escolas Abertas, Lana Romani, não faz mais sentido esperar para reabrir as escolas. “Nenhum país do mundo condicionou a sua volta às aulas à vacinação, nenhum outro setor da economia condicionou as suas atividades à vacinação, então não tem o menor cabimento atrelar a imunização com a volta às aulas. O Brasil é o líder mundial das escolas fechadas. A gente não tem mais tempo para discutir quem é a favor e quem é contra a volta às aulas, essa discussão é obsoleta. O que a gente precisa é deixar as escolas abertas para todos e cumprir os protocolos”, afirmou.

Enquanto a vacinação avança, a pandemia no Brasil começa a se estabilizar. Segundo o boletim InfoGripe da Fiocruz, apenas Acre e Amazonas apresentaram aumento no número de casos graves de Covid na última semana e 17 estados tiveram sinal de queda na tendência de longo prazo. As capitais são a maior preocupação. Elas registram nível de transmissão alto, muito alto ou extremamente alto. O cenário, segundo o relatório da Fiocruz, sugere manutenção do número de hospitalizações e óbitos em alto patamar, caso medidas preventivas não sejam adotadas.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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