Questão ambiental opõe Guedes e Al Gore em Davos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou uma reunião fechada com executivos de multinacionais, nesta quarta-feira (22), em Davos, para desfazer a má impressão deixada no dia anterior — quando afirmou num debate sobre a ameaça das mudanças climáticas que a pior inimiga do meio ambiente é a pobreza.
Na ocasião, Guedes afirmou que os povos da região amazônica desmatam porque precisam comer.
Nesta quarta-feira, o ministro explicou a declaração anterior dizendo que se referia ao fato de que as maiores cobranças ao Brasil vem de países que já destruíram florestas por fome e desinformação dos habitantes em outras épocas.
A relação estabelecida por Guedes entre pobreza e desmatamento foi contestada pelo ex-vice-presidente americano Al Gore.
Em painel sobre a Amazônia no Fórum Econômico, ao lado do presidente colombiano Ivan Duque e do cientista brasileiro Carlos Nobre, Gore afirmou que o desmatamento não é uma resposta sustentável contra a pobreza.
A agenda ambiental segue dominando as discussões em Davos.
Em um discurso a empresários, nesta quarta-feira, o Príncipe Charles, da Inglaterra, defendeu que toda a riqueza do mundo é inútil se ela não for capaz de barrar as mudanças climáticas. Em seguida, Charles encontrou com a ativista Greta Thunberg e fez elogios ao trabalho da jovem sueca.
Também nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que adoraria ter visto o discurso de Greta no Fórum. Trump voltou a criticar o alarmismo climático, mas reconheceu a importância do cuidado com o meio ambiente.
*Com informações do repórter Renan Porto
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