Recusa das famílias que moram em áreas de risco é desafio para Defesa Civil, diz diretor

Apesar da diminuição das chuvas no Estado de São Paulo, as regiões de moradia irregular e solos encharcados ainda preocupam a Defesa Civil. Em entrevista ao Jornal da Manhã, o tenente-coronel e diretor do órgão, Henguel Ricardo, explicou que esse problema é mais difícil de ser solucionado.
Ricardo destacou que a Defesa Civil recebeu mais de 10 mil ligações na última segunda-feira (10) — o que resultou em mais de 2 mil ocorrências. “Com o solo úmido, nossa preocupação agora são com as áreas de risco, de encosta. A população que mora nessa região precisa de uma atenção especial”, alerta.
Ele afirma que as áreas de risco no Estado de São Paulo estão mapeadas, mas que a retirada das famílias moradoras dessas regões é um grande desafio. “A gente vai a campo, faz vistoria. Mas sofremos com recusa, temos dificuldade em retirá-las ou então elas voltam quando vamos embora. A vigilância tem que se constante.”
O diretor da Defesa Civil ressaltou que a chuva foi detectada já na semana passada, mas o grande volume surpreendeu por se tratar de um fenômeno natural. “Na madrugada do domingo para segunda choveu, pelo menos, 50% do esperado para o mês de fevereiro inteiro. A gente monitora diariamente, acompanhamos todos os radares. Mas a chuva é um evento da natureza.”
Henguel Ricardo comentou ainda duas ocorrências que aconteceram na cidade de Botucatu, no interior de São Paulo. Uma delas deixou uma vítima fatal e a outra um casal desaparecido. Já em Marília, na manhã desta terça (11), uma erosão na estrada causada pelo solo encharcado deixou pelo menos mais um óbito.