Referendo separatista da Catalunha deve acontecer no dia 1º de outubro
Também neste 07 de setembro a Catalunha comemora mais um passo rumo à sua independência. Pelo menos é isso que pretende o parlamento da região espanhola que está quase incorporando o grito de Dom Pedro primeiro numa espécie de manobra política que equivale ao nosso histórico “independência ou morte”.
No caso catalão, a morte é constitucional. Já que, segundo o governo de Madri, os separatistas estão atropelando todas as leis existentes no país para levar adiante o plano de criar um novo estado europeu.
Nesta quarta-feira (06) à noite, depois de uma extensa e polêmica sessão, o parlamento regional catalão aprovou a lei que convoca o referendo separatista para o próximo dia 1º de outubro. Falta, portanto, menos de um mês para que os moradores da região respondam à pergunta “você quer que a Catalunha seja um país independente na forma de uma república?”.
A campanha eleitoral está marcada para começar em pouco mais de uma semana. Isso se a justiça e o governo central de Madri deixarem, o que parece absolutamente improvável. A expectativa é de que nesta quinta-feira (07) o Tribunal Constitucional espanhol declare a convocação ilegal.
O governo separatista de coalizão da Catalunha é acusado de atropelar o regimento do parlamento regional e a constituição espanhola para convocar esse referendo.
Ao contrário de Londres, que concedeu autorização para a Escócia ouvir a população sobre a possibilidade de criação de um estado independente, Madri não tem intenção de liberar a região rica e industrializada da Catalunha para fazer o mesmo. Por isso o governo local está esgarçando a corda em um movimento de consequências incertas.
Em 2014, quando realizou um referendo separatista sem valor constituição, o movimento separatista da Catalunha obteve 80% de apoio da população.
Se a nova votação for mesmo adiante e o voto pelo sim prevalecer, o parlamento catalão já tem inclusive seu esboço de constituição pronto e promete declarar independência da Espanha em até 48 horas. O mapa europeu pode estar perto de ser redesenhado mais uma vez, mas certamente não antes de passar por um processo extremamente conturbado.
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