Reforço à segurança será feito em escolas mais vulneráveis do Estado de SP, diz secretário

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2019 08h41
Eduardo Carmim/Estadão Conteúdo Homem olhando para a frente Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o secretário da Educação de SP, Rossieli Soares, admitiu que “o desafio é gigantesco”

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou na noite desta quarta-feira (13) que revisará os procedimentos de segurança em “todas as 5,3 mil escolas” estaduais. A medida acontece horas depois de dois ex-alunos invadirem – sem dificuldades – a Escola Raul Brasil, em Suzano (SP), e matarem cinco estudantes e duas funcionárias.

De acordo com nota divulgada pela pasta, está em estudo um “projeto para reforço à segurança nas escolas mais vulneráveis”. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o secretário da Educação de SP, Rossieli Soares, admitiu que “o desafio é gigantesco”, mas que é preciso separar as atitudes que precisam ser tomadas.

“A escola precisa acertar mais no trabalho com os jovens. Não dá para achar que policial e detector de metais, por si só, vão evitar uma tragédia (…) Mas a gente não trabalhou para dar a solução necessária. A gente precisa falar sobre violência, bullying. No aspecto da segurança, a gente tem necessidade de melhorar a segurança. Vamos começar com plano arrojado para escolas mais vulneráveis”, explicou.

Segundo Rossieli Soares, a “pretensão não é colocar equipamentos e policiais em todas as escolas”, mas há algumas que são atacadas de forma cotidiana, mesmo que não nas mesmas proporções que o ataque em Suzano.

O secretário acrescentou ainda que o trabalho não deve ser feito apenas dentro das escolas, mas também dentro de casa. “Sempre costumo falar sobre a questão da família. A escola não pode ser depósito de criança. Você matricular o filho na escola e achar que está resolvido o problema da educação dele, não está”, alertou.

Enquanto os procedimentos de segurança nas escolas mais vulneráveis não são implantados, as autoridades seguem nas investigações sobre a motivação do crime em Suzano, analisam se houve falha de segurança no acesso à escola e revisam, do ponto de vista curricular, o que está sendo feito dentro das escolas.

As aulas em unidades de ensino municipais e estaduais foram suspensas até sexta-feira (15), quando professores da rede pública discutirão propostas pedagógicas para acolhimento de alunos e comunidade escolar.

Confira a entrevista completa com o secretário da Educação do Estado de SP, Rossieli Soares:

Caso de Suzano

Dois atiradores, de 17 e 25 anos, invadiram a escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (13) e dispararam contra alunos e funcionários. Ao total, oito pessoas morreram, mais os dois atiradores que se suicidaram.

Os dois atiradores foram identificados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Ambos estudaram na Raul Brasil no passado. A motivação do crime ainda é desconhecida.

As oito vítimas foram cinco alunos, duas funcionárias da escola e o dono de uma loja de carros vizinha ao colégio, que era tio de um dos assassinos. Segundo o Governo de São Paulo, 23 pessoas foram atendidas no total, número que inclui feridos e quem passou mal. Nove ainda estão hospitalizadas.

Câmeras de segurança mostram que muitos alunos pularam muros e portões e conseguiram fugir quando ouviram os disparos — testemunhas falam em ao menos 15 estampidos.

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