Reforma da Previdência: “quanto mais postergar, mais grave será a situação”, diz Alckmin

  • Por Jovem Pan
  • 27/12/2017 09h07 - Atualizado em 27/12/2017 09h08
Johnny Drum/Jovem Pan Alckmin considerou primordial a reforma previdenciária: “primeiro por questão de justiça, e segundo é para reduzir o déficit. De um lado diminuir privilégios, ter sistema mais justo e diminuir déficit”

Após o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitir que o Palácio do Planalto está pressionando os governadores e prefeitos a trabalhar a favor da aprovação da reforma da Previdência em troca da liberação de recursos do Governo federal e financiamentos de bancos públicos, o provável candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin (SP), considerou um equívoco do ministro.

“PSDB é favorável à reforma da Previdência, já fechou questão e somos contra toma lá dá cá. Nem pode. Foi equívoco do ministro. Não pode instituição financeira vincular liberação de financiamento a voto de parlamentar. Isso é retrocesso”, disse em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã.

Alckmin considerou primordial a reforma previdenciária: “primeiro por questão de justiça, e segundo é para reduzir o déficit. De um lado diminuir privilégios, ter sistema mais justo e diminuir déficit”.

Segundo o governador paulista, para conseguir com que a PEC passe na Câmara é preciso convencimento. “Hoje já temos maioria e podemos passar. Precisa de 60% dos votos. Acho que o PSDB ultrapassará esse número. O que a gente acredita que é de interesse do País a gente deve primeiro explicar e, segundo, fazê-la. Quanto mais postergar, mais grave será a situação”, disse.

Participação no Governo

Mantido na cota pessoal do presidente Michel Temer, o ministro Aloysio Nunes, do PSDB, segue como um dos últimos nomes tucanos dentro do Governo.

Questionado se não acha um erro tal permanência, Alckmin falou em coerência. “Nós procuramos sempre agir de forma coerente. Como apoiamos o impeachment, nós tínhamos responsabilidade frente ao novo Governo. Eu era daqueles que defendia que deveria dar sustentação no Congresso sem participação no Governo. Mas decisão da maioria foi participar do Governo. Ao longo destes últimos anos foi em dar apoio, sem precisar participar. Nós votamos favoráveis a medidas que sejam de interesse do povo sem ter nada em troca. É visão moderna, boa. Não vamos proibir alguém filiado, se a pessoa quer, a um cargo de Estado. O Brasil está no meio de negociação do Mercosul com a União Europeia. Ele está na cota pessoal é bom ministro, tem capacidade, sério. Mesma coisa o PPS, que tem [Raul] Jungmann, em um cargo de Estado”, explicou.

Defesa das alianças

“Eu vou defender as alianças, porçque ainda não estamos em quadro de quatro ou cinco partidos. Você para governar precisa de aliança. Melhor fazer na campanha, dizer quem é o time, o que defende. Você pode no segundo turno receber ou dar apoio”, disse.

Alckmin lembrou ainda que todos os partidos estão fragilizados e o PSDB não é exceção.

“Por isso a mãe de todas as reformas é a reforma política. Estamos com modelo político exaurido. Tudo melhora no mundo, tudo vai se avançando e a política piora. Precisamos agir na causa e não apenas no efeito. Cláusula de barreira, partidos com disciplina, programa, voto distrital misto é essencial”, defendeu.

Confira a entrevista completa com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin:

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