Reino Unido estuda manter distanciamento social até que vacina para coronavírus seja encontrada
A expectativa de uma quarentena prolongada está consumindo os debates aqui no Reino Unido. Enquanto do outro lado do Canal da Mancha alguns países já começam a afrouxar lentamente suas regras de confinamento, essa perspectiva ainda parece distante para os britânicos.
O governo deve anunciar ainda nesta quinta-feira (16) a prorrogação das regras de distanciamento social até pelo menos o início de maio, mas alguns especialistas adotaram tom ainda mais cauteloso indicando que o combate ao coronavírus ainda vai exigir muito esforço da população.
Matt Hancock, que é o ministro da Saúde britânico, disse que não queria “desperdiçar” os esforços do público levantando as medidas de bloqueio muito cedo porque o coronavírus “correria desenfreado mais uma vez”.
Ele ainda alertou que “embora tenhamos visto um achatamento do número de casos e, felizmente, um achatamento do número de mortes” isso ainda não começou a diminuir e os números ainda são alto demais.
O Reino Unido se aproxima dos 100 mil casos confirmados com cerca de 13 mil mortes, mas as próprias autoridades reconhecem que a subnotificação está correndo solta por aqui.
Alguns especialistas ligados ao governo insistem que as medidas de distanciamento social podem ser mantidas até que uma vacina para o coronavírus seja encontrada. A única certeza até agora é que ainda vai demorar para que a vida retome algum senso de normalidade por aqui.
Destino da Premier League
Na sexta-feira (17) os times de futebol que formam a Premier League vão se reunir mais uma vez para discutir o destino da temporada. Uma das propostas que ganhou corpo é terminar a temporada do jeito que for possível até o dia 30 de junho.
Na prática isso significaria jogar com portões fechados e muito provavelmente sem que todas as partidas remanescentes sejam disputadas — alguns times ainda precisam realizar 9 partidas e, outros, 10. A preocupação dos clubes ingleses é com os contratos de jogadores que se encerram até o final de junho.
Ainda que a FIFA tenha liberado extensões limitadas para resolver o assunto, essa decisão não se sobrepõe às leis locais e os questionamentos na justiça parecem inevitáveis.
A Alemanha, por exemplo, já liberou seus clubes a retomarem os treinamentos, mesmo sem saber quando a liga será retomada. Ocorre que o país de Angela Merkel, que também já começa a reabrir lentamente os pequenos comércios, está sofrendo muito menos com a atual pandemia que a Inglaterra.
A França, por sua vez, proibiu grandes eventos até meados de julho. E, em via de regra, os calendários do futebol europeu seguem uma lógica continental — algo que será bastante difícil de coordenar no final desta temporada.
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