Reino Unido fala em ‘questão de tempo’ para tomar medidas restritivas contra coronavírus

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 10/03/2020 07h53 - Atualizado em 10/03/2020 09h45
EFE/EPA/DUMITRU DORU elo volume de contaminação no Reino Unido, medidas como as tomadas na Itália ainda não surtiriam o efeito desejado -- diz o governo

O primeiro dia de restrições de deslocamento em todo o território italiano também marca o agravamento da crise do coronavírus na Europa. O governo do Reino Unido pediu na segunda-feira (9) a noite que seus cidadãos evitem viajar para qualquer parte da Itália.

Essa é uma declaração pesada porque influencia até mesmo questões como seguro-viagem — logo, setores como aviação. Os casos seguem se multiplicando a cada contagem e o problema agora está presente em todo o continente.

O Chipre era o último país da região que ainda não tinha confirmado a presença do vírus, mas seu primeiro caso foi registrado na segunda.

Enquanto a Itália tenta colocar em prática as regras de confinamento que agora valem para todo o território, outros países menos afetados discutem o que fazer. Os casos de coronavírus também dispararam na Espanha e a capital Madrid suspendeu aulas em creches, escolas e universidades.

Na França, segundo país mais atingido da Europa, as autoridades locais discutem quando os planos de contingenciamento serão escalados. A próxima fase de preparação do país pode incluir até a suspensão de transporte público para evitar aglomerações.

No Reino Unido o primeiro-ministro Boris Johnson fez um pronunciamento pedindo calma. Os britânicos ainda não vão implementar medidas de restrição de circulação porque, segundo Johnson, é crucial tomar as decisões certas na hora certa.

Pelo volume de contaminação no Reino Unido, medidas como as tomadas na Itália ainda não surtiriam o efeito desejado — diz o governo. Mas o próprio primeiro-ministro reconhece que essa é apenas uma questão de tempo.

Ao lado de Johnson, na coletiva, estavam especialistas em saúde pública que projetaram um avanço significativo dos casos de coronavírus no Reino Unido nos próximos 10 ou 14 dias.

Em Israel, o governo tomou a medida extrema de, na prática, sacrificar o turismo para evitar que o coronavírus se espalhe pelo país. Visitantes de qualquer origem que cheguem a Israel devem ficar isolados por pelo menos 14 dias.

E no meio dessa confusão toda está o futebol, que pode parecer um assunto menos importante. Mas, na prática, além de ser uma fonte crucial de entretenimento, na Europa também é uma indústria de peso.

A Itália já suspendeu todos os seus eventos esportivos e a França fechou as arquibancadas dos jogos de futebol, afetando o campeonato nacional e as partidas da Liga dos Campeões. O mesmo deve ocorrer na Espanha.

A principal preocupação é com o calendário já que, neste ano, há Eurocopa e as ligas nacionais deveriam acabar bem no começo de maio. Ou seja, o efeito dominó dos cancelamentos de partidas por conta do coronavírus pode afetar bastante o futebol europeu e, por consequência, do mundo nas próximas semanas.

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