Reino Unido pode chegar ao fim do ano sem acordo do Brexit
Está cada vez mais claro que um acordo de livre comércio com a UE é muito improvável nesta altura
No Reino Unido a economia continua se recuperando depois que a quarentena foi flexibilizada — mas a tal da recuperação em V não veio. Os dados do mês de julho mostram crescimento de 6,6% no PIB britânico. Foi o terceiro mês seguido de crescimento da economia, mas ela ainda está 11,7% menor do que era em fevereiro passado. O Reino Unido tem outro desafio enorme pela frente para levantar a economia do país — e ele se chama Brexit. As negociações com a União Europeia para um acordo comercial continuam aqui em Londres apesar do ultimato de Bruxelas. Os europeus não gostaram nada da legislação proposta por Boris Johnson que pode reverter o acordo sobre a fronteira das Irlandas. Chegaram a ameaçar medidas legais contra a Grã Bretanha, que por sua vez não recuou e promete discutir a nova legislação na segunda que vem.
Está cada vez mais claro que um acordo de livre comércio entre os dois lados é muito improvável nesta altura — só que ninguém quer roer a corda primeiro e, por isso, britânicos e europeus seguem rastejando com as negociações. Se de fato um acordo não for acertado nas próximas semanas, o Reino Unido vai sair definitivamente da União Europeia em 31 de dezembro com um mergulho no incerto. O país terá que fazer trocas comerciais com o continente utilizando as regras da OMC — como o Brasil faz, por exemplo. Só que o Brasil tem uma fração da relação que o Reino Unido tem com a Europa e ninguém sabe ao certo o tamanho das dificuldades que esse movimento de Boris Johnson trará para o país.
Coronavírus
Há exatos seis meses a Organização Mundial da Saúde decretava que a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, havia se tornado uma pandemia. No mesmo dia a Itália implementou um duríssimo lockdown que, semanas mais tarde, conseguiu colocar a situação em alguma ordem no país. Mas a realidade é que ainda estamos bastante distantes do fim dessa maratona — com sorte, talvez o mundo tenha chegado na metade. A França, que também implementou uma quarentena séria, está registrando um aumento expressivo de casos. Na quinta-feira (10) foram 10 mil contaminações em apenas 24 horas — há uma semana eram três mil casos, uma semana antes mil casos. Por isso, o presidente Emmanuel Macron já deu indícios de que novas regras duras de distanciamento social serão implementadas. O anúncio para os franceses deve sair ainda hoje.
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