Reino Unido reage com força ao envenenamento de ex-espião russo

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan em Londres
  • 10/03/2018 14h34
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EFE/EPA/NEIL HALL Membros das forças armadas britânicas usam casacos protetores ao investigar envenenamento com "gás nervoso" de ex-espião em Salisbury

Na capital do Reino Unido o final de semana vai ser de tempo nublado mas o do inverno já ficou para trás. Temperaturas subindo e com algum esforço dá até pra sair sem casaco. Os termômetros em Westminster marcam 12ºC neste sábado.

As forças armadas britânicas foram chamadas para apoiar as investigações sobre o envenenamento de um ex-espião russo e da filha dele aqui na Inglaterra.

Cerca de 200 militares chegaram ontem a Salisbury e transformaram o cotidiano da pequena cidade medieval, que fica próxima ao monumento de Stonehenge.

A mobilização demonstra a gravidade do incidente, que ocorreu na semana passada em plena luz do dia.

Sergei Skripal e a filha dele, Yulia, foram encontrados passando mal em um banco de um shopping. Segundo as investigações, eles foram envenenados por um agente nervoso mais raro que o Sarin e o VX.

Os dois continuam internados em estado grave, assim como um policial que os socorreu.

Está claro que este não é um crime comum. Convenhamos que quem comete uma tentativa de assassinato com um gás raro não está apenas querendo matar sua vítima. Quer também um recado claro.

Por isso, a primeira-ministra britânica Theresa May indica que a reação do governo britânico será mais forte que a tomada em 2006, quando outro ex-espião russo foi morto em Londres, envenenado por material radioativo.

As acusações mais óbvias recaem sobre o governo da Rússia. Skripal foi libertado da prisão em 2010 em uma troca por agentes duplos que estavam presos.
Downing Street já estaria inclusive analisando as retaliações a serem tomadas, se ficar comprovado o envolvimento do Kremlin em uma tentativa de assassinato em praça pública na Inglaterra.

Entre elas estariam a expulsão de diplomatas, aplicação de sanções e o boicote à Copa do Mundo de futebol – em termos de não enviar representantes do governo, claro. Porque cogitou-se tirar a seleção inglesa do torneio, o que rapidamente foi descartado com um argumento semelhante ao de que evento esportivo não é lugar de manifestação política.

Mesmo que o país esteja passando por uma situação no mínimo constrangedora como essas.

Um excelente final de semana a todos os ouvintes do Jornal da Manhã.

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