Relator diz que meta fiscal tem de ser aprovada, mas admite: “é raio-x da tragédia fiscal brasileira”
O Governo terá uma semana de negociações para conseguir aprovar a mudança da meta fiscal que passou de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões neste ano. O relator do projeto de lei do Governo que altera as metas fiscais de 2017 e 2018, deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) confirmou que o Brasil vive uma crise grave e um estrangulamento fiscal, mas que não se deve torcer contra ou a favor da nova meta.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Pestana admitiu que ocorreram frustrações e que a meta projetada é parte de uma leitura da realidade. “Em relação à meta, não é questão de ser a favor ou contra ou torcer para o lado A ou B. É um raio-x da tragédia fiscal brasileira. É a constatação da realidade. Meta é objetivo que se persegue, se luta, se trabalha para alcançar. Mas, no caso, a meta colocada para este ano e para o ano que vem, pressupõe uma série de eventos que se frustraram (…) E o Congresso é parte presente”, disse.
Para Marcus Pestana, não há como o Congresso não aprovar a meta fiscal: “é preferível ter transparência, recuperar credibilidade do que falsear e ter contabilidade criativa, pedaladas”.
O relator destacou ainda que é preciso aprovar o projeto em tempo recorde de duas semanas. O Orçamento, por exemplo, chega no dia 31 de agosto e se a meta não for aprovada até o dia 29 de agosto, o orçamento será “confessamente distorcido com a meta, que já se sabe que não será cumprida”.
Relação com Aécio Neves
Companheiro de partido, Pestana defendeu o senador Aécio Neves mesmo após as polêmicas nas quais este se envolveu. “O senador Aécio foi o maior governador de Minas Gerais desde Juscelino Kubitschek. Ele fez uma administração que marcou época, é pessoa respeitada e admirada e que caiu na armadilha de um réu confesso, bandido”, criticou o deputado.
Confira a entrevista completa:
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