Remédio é o quarto item mais parcelado pelos consumidores brasileiros

Aumento de 10,89% deve ampliar o endividamento das famílias

  • Por Jovem Pan
  • 16/04/2022 09h35 - Atualizado em 16/04/2022 09h36
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Agência Brasil Após reajuste de 10% a partir de abril, medicamentos puxaram a alta da inflação no mês Segmentos mais parcelados pelos consumidores são: alimentação e supermercado, 65%; eletrodomésticos, 54%; eletrônicos, 49%; medicamentos e farmácia, 39%; e vestimenta, 36%

Remédio é o quarto item mais parcelado pelos consumidores brasileiros. Com aumento de 10,89% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, vinculada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o índice supera a inflação de 2021, o IPCA, que fechou em 10,06%. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor divulgou a pesquisa Aspectos do Endividamento para avaliar a realidade econômica após dois anos de pandemia, inflação, desemprego e suas consequências às famílias brasileiras.

A especialista da Proteste Mariana Rinaldi ressalta a rotina de parcelamento para tentar manter as necessidades nas residências. “As pessoas vêm fazendo o uso cada vez mais frequente do cartão de crédito para parcelar a compra de itens essenciais, que precisam ser comprados em períodos de tempo muito curtos, como é o caso dos medicamentos e alimentos. No caso dos remédios, 39% dos nossos entrevistados afirmaram que parcelam as compras de farmácia”, destaca. A inflação global acelerou após o início da pandemia da Covid-19. No Brasil, o IPCA de março deste ano fechou em 1,62%, o maior índice dos últimos 28 anos, alavancado pelos aumentos nos combustíveis e alimentos. Nos últimos 12 meses, a inflação acumula 11,30%, o percentual mais elevado desde outubro de 2003. A inflação corrói o poder de compra pelo não reajuste compatível nos salários e leva ao crescimento do endividamento das famílias brasileiras.

Os segmentos mais parcelados pelos consumidores são: alimentação e supermercado, 65%; eletrodomésticos, 54%; eletrônicos, 49%; medicamentos e farmácia, 39%; e vestimenta, 36%. Entretanto os remédios são indispensáveis na rotina de milhões brasileiros. Por isso, Rinaldi orienta como mantê-los sem comprometer ainda mais a renda: “Sempre fazer uma boa pesquisa de preços, comparando diferentes estabelecimentos, antes de decidir a compra. Outra recomendação é dar preferência ao uso de medicamentos genéricos, desde que o médico concorde e prescreva. Vale a pena também se cadastrar em programas de farmácias populares, que oferecem medicamentos a preços bem mais baixos, além de distribuir medicamentos gratuitamente. Outra recomendação é se cadastrar em programas de fidelidade, que são oferecidos tanto pelas redes e drogarias, como pelos fabricantes, pelas farmacêuticas que produzem os medicamentos. Pra isso, basta conversar com o balconista e solicitar cadastro na própria farmácia. E, por último, finalmente, vale sempre a pena consultar a rede de saúde, o SUS, que distribui também diversos medicamentos de forma gratuita e acessível a todos os brasileiros”.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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