Responsabilidade do governo ao tratar crise dos caminhoneiros é motivo de aplausos, diz Marun
Na noite da última quinta-feira (24), o governo anunciou que chegou ao acordo com os caminhoneiros para suspender a greve que praticamente paralisou o País. A proposta é reduzir em 10% o preço do diesel pelo período de 30 dias, em contrapartida a categoria se comprometeu em liberar as estradas.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, desta sexta-feira (25), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que participou das negociações, afirmou que o governo tratou a questão com o respeito e gravidade que merecia. “O acordo é positivo e representa muitos avanços para esse movimento. Fomos longes, fomos onde podíamos ir e esperamos que os caminhoneiros voltem a fazer aquilo que é sua missão (…) Existem razões em alguns pleitos dos caminhoneiros. O reajuste diário de preços fica praticamente insuportável”, declarou Marun.
Questionado sobre a demora do governo em resolver a questão, o que gerou um caos generalizado e crise de abastecimento, o ministro alegou que “greve existe em todos os países do mundo”. “A responsabilidade pelo qual o governo está tratando a crise devia ser motivo de aplausos. Não fomos demagogos em pressionar a Petrobras a sair de sua política de preços, que recompôs a situação de respeito que a empresa merece (…) Um governo não pode ser medido pelas dificuldades que enfrenta, mas pela sua capacidade em superá-las”, ressaltou Marun.
“Quem não quer problema então que não seja governo. Não cedemos a essa esquizofrenia de alguns, mantivemos a marca do dialogo. Esperamos que os caminhoneiros voltem a cumprir sua missão que abastecer o País”, completou.
O parlamentar estima que as perdas tributárias com o acordo cheguem a R$ 5 bilhões até o final de 2018. Além disso, Marun criticou a atitude de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao “acabar” com o PIS/Cofins dos combustíveis. “Não fomos populistas. A atitude da Câmara, de uma forma até apressada, traria um prejuízo aos cofres da União de R$ 12 a R$ 14 bilhões”, completou o ministro.
Segundo Marun, a solução para o problema é fazer o Brasil avançar nas reformas e ampliar as discussões entre os setores. “A solução não existe de forma isolada. A solução é fazer o país avançar na reforma da Previdência, que é um grande gargalo e que gera um déficit de R$ 320 bilhões. O modal de transporte privilegia o transporte rodoviário (…) Não é com uma varinha mágica que vamos fazer que um movimento deste tamanho se desmobilize”, concluiu o ministro.
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