Restaurantes começam a se recuperar depois de dois anos de pandemia
Segundo a Abrasel, maior parte das empresas já opera com lucro e crescimento foi de 18%
Os restaurantes começam a se recuperar economicamente depois de dois da pandemia da Covid-19. O presidente executivo da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) Paulo Solmucci ressalta que o setor ainda não voltou aos níveis pré-pandemia, mas destaca a recuperação. “Soubemos aproveitar os aprendizados da pandemia, operar com menos pessoas, saímos mais produtivos, mais automatizados. O nosso consumidor está digital. E, tudo isso, com a revisão do processo, tem nos permitido dar uma contribuição muito importante. Crescemos 18% em termos reais, quatro vezes mais a média do Brasil, o dobro do setor de serviços. Essa retomada, ainda que muito pujante não foi suficiente para colocar as empresas no lucro, embora tenha sido um momento especial porque, pela primeira, vez estamos com mais empresas trabalhando com lucro do que com prejuízo”, disse.
O restaurante do Sandro Rodrigues, especializado em comida japonesa, viu uma perda de 70% do lucro durante a pandemia. Em atividade há 12 anos no mesmo endereço, o proprietário precisou antecipar alguns planos para conseguir sobreviver na crise sanitária. “A gente começou fazer a operação do delivery, que nós não tínhamos, nós tínhamos uma forma bem caseira, e a gente teve que modificar essa situação. Hoje nós temos embalagens personalizadas, temos agora os entregadores da casa, temos a flexibilidade de pagamento via Pix. Então, tudo isso a gente foi conquistando, analisando o processo e fazendo essas alterações, que nos ajudou bastante. O delivery realmente foi o que sustentou a casa, que manteve de pé, não mandamos ninguém embora por conta da pandemia. Cada vez mais, o domingo tem uma representação muito boa no faturamento da casa, ajuda bastante”, afirma. Agora, os domingos representam 10% do faturamento do restaurante e o delivery fica em torno de 35% a 40%.
Já o Leandro Capel assumiu o desafio de abrir um estabelecimento com foco no atendimento presencial em plena pandemia. Aos poucos, ele está conseguindo correr atrás do prejuízo, mas precisou modificar o projeto inicial do restaurante. “A gente acrescentou o almoço no cardápio da pizzaria. Durante a semana a gente faz um buffet e de domingo é um almoço alacarte, mas o almoço é algo que veio muito para ajudar as nossas contas”, pontua. Os últimos dois meses de 2021 trouxeram alento para os restaurantes, mas 2022 ainda terá muitos desafios. Quase metade dos empresários fechou o passado no vermelho e ainda devem encarar alto endividamento. 51% tomaram empréstimos via Pronampe, destas empresas, uma a cada cinco já tem ao menos uma parcela em atraso, e uma taxa semelhante afirma ainda que corre o risco de quebrar devido ao aumento da taxa de juros.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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