Retomada total da energia no Amapá pode levar dez dias; senadores cobram investigação

Ministro de Minas e Energia, presidente do Senado e prefeito de Macapá se pronunciaram sobre assunto; energia de 14 cidades ainda não foi restabelecida

  • Por Jovem Pan
  • 07/11/2020 06h50
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GABRIEL PENHA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 05/11/20 Energia ainda não foi retomada na maioria das cidades

O Governo federal estima que a energia elétrica no Amapá deve voltar à normalidade em até dez dias. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi executado um plano pra tentar restaurar o fornecimento em setenta por cento até ontem, mas não deu certo por ser uma operação “complexa”. A pasta está com um gabinete de crise em funcionamento desde quarta-feira e enviou uma comitiva ao Amapá para supervisionar as medidas que estão sendo tomadas no estado. O ministro Bento Albuquerque falou sobre procedimentos adotados para reparar o equipamento atingido pelo incêndio que provocou o episódio. “É complexo, o equipamento já foi reparado na sua parte física e agora está havendo a filtragem do óleo do equipamento. Para se ter noção do volume, são 45 mil litros de óleo. Tem que ter certeza que ele está em condições de operação”, afirmou.

Nesta sexta, aviões das Forças Armadas começaram a transportar 51 toneladas de materiais que serão utilizados para restabelecer o fornecimento de energia na região, como máquinas de purificação de óleo e geradores. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é do Amapá, se reuniu com o ministro Bento Albuquerque para tratar da crise no estado. Em tom otimista, ele disse que em um “curto espaço de tempo”, vai ser possível restabelecer de setenta a oitenta por cento do serviço. O senador falou em investigar o caso para encontrar os possíveis culpados. “Foi uma fatalidade, um acidente natural, lógico que em algum momento as autoridades vão averiguar, investigar os responsáveis que com certeza serão punidos lá na frente, mas foi uma fatalidade e agora nós estamos buscando uma solução para o problema”, disse.

Catorze dos dezesseis municípios amapaenses seguem sem energia elétrica, incluindo a capital, Macapá. O apagão afeta 89 por cento da população. Em entrevista à Jovem Pan, o prefeito de Macapá, Clécio Luis, ilustrou a gravidade do tema. “Hoje o maior problema sem dúvida nenhuma é o abastecimento de água, principalmente nos bairros mais periféricos, então nós estamos nos deslocando, fizemos um chamamento público, inclusive, quem tiver caminhão pipa a prefeitura está alugando para fazer a água chegar aos bairros periféricos, que é o maior problema”, pontuou. Ele também mencionou outras dificuldades enfrentadas pela população local. “O apagão ele não é só na energia que alimenta nossas casas, nossas empresas. Ele é um apagão das telecomunicações. Nós estamos falando ao telefone, mas a qualquer momento essa ligação pode cair”, afirmou.

Já o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá afirma que “mesmo diante dos últimos acontecimentos, o Governo do Amapá garantiu que haverá energia em todos os locais de votação, já que as medidas para solucionar o problema estão sendo adotadas também pelo Governo Federal.” O TSE, Tribunal Superior Eleitoral, vai ceder mil e duzentas baterias extras de urnas eletrônicas, para assegurar que elas funcionem durante todo o período de votação.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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