Reunião da OTAN em Londres expõe crise e revitalização da aliança parece ‘muito distante’
A reunião de cúpula da OTAN começou nesta terça-feira (3) em Londres no pior ritmo possível. A aliança militar do Atlântico Norte vive um momento de crise em que todos falam e ninguém se entende.
Para começo de conversa, nem mesmo o anfitrião do encontro parecia disposto a sediar o evento. Em meio a uma campanha eleitoral e a expectativa para o Brexit, a última coisa que Boris Jonhson precisava era reunir tantos chefes de estado.
Até por isso o líder conservador manteve um low profile pouco usual para ele durante as reuniões.
Receber Donald Trump em Londres também é um constrangimento desnecessário para o candidato conservador. O presidente dos Estados Unidos é bastante impopular na capital britânica, onde historicamente os conservadores se dão mal nas eleições.
Junte a tudo isso a presença de Emmanuel Macron, que não se poupou de chegar na Inglaterra disparando críticas contra a Turquia. O presidente francês acusou seu colega Recep Erdogan de colaborar com grupos ligados ao Estado Islâmico.
Erdogan, por sua vez, ameaçou barrar os planos da aliança para atuação nos países bálticos caso a OTAN não declare os curdos sírios que combatem na fronteira turca como terroristas.
E, para não deixar passar batido, Donald Trump também chegou criticando os países que não cumprem o investimento mínimo necessário em defesa, como determinam as regras da organização.
O chefe da Casa Branca também disparou contra Macron e, em poucas horas, ficou claro que mais gente se entendeu na Torre de Babel do que em Londres nesta terça.
O futuro da OTAN vem sendo colocado em xeque há vários anos e a conjuntura atual indica que uma revitalização da aliança ainda parece algo muito distante.
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