Reunião do Copom começa nesta terça-feira e mercado aposta em alta da Selic

Em maio, taxa de juros chegou a 12,75% ao ano, no décimo aumento consecutivo; expectativa é de aumento de meio ponto percentual

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2022 08h32 - Atualizado em 14/06/2022 09h12
Marcello Casal Jr./Agência Brasil Fachada do Banco Central com uma mulher de camiseta amarela e calça jeans passando em frente Comitê de Política Monetária (Copom) dá inicio à reunião neste terça-feira, 14

O Banco Central (BC) deve promover uma nova alta de juros para conter a inflação. Mesmo com IPCA tendo ficado abaixo das expectativas na última semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) dá inicio à reunião neste terça-feira, 14, e o anúncio será feito no dia seguinte. Em maio, a Selic ficou reajustada em 1 ponto percentual e chegou a 12,75% ao ano, no décimo aumento consecutivo. O economista-chefe Necton, André Perfeito, destaca que o mercado desconfia do combate à inflação. “Sobre o Copom é aquela brincadeira, deve ser um tédio ser economista na Suécia, porque no Brasil não falta emoção. Além das questões propriamente inflacionárias, com choques externos que tem gerado uma série de ruídos, o Banco Central está tendo que lidar com as expectativas de mercados que estão bastante confusas, depois das intenções de auxiliar cortando impostos no preço de derivados de petróleo, energia, e de uma série de produtos considerados essenciais, o mercado não gostou nem um pouco do que foi dito. A gente viu uma queda de bolsa, uma alta do dólar logo no dia seguinte do anúncio das medidas, porque o mercado entende que o governo está agindo muito na retranca.”

O mercado avalia que as medidas têm componente eleitoral. O economista detalha que existem também preocupações com questões fiscais. “Isso altera o sentido mais puro das medidas, que é ajudar a população. O mercado está começando a achar que não é só isso, que tem um cálculo eleitoral. E se tem um cálculo eleitoral, talvez tenha um custo fiscal maior do que seria desejado, isso vai se traduzir na expectativa de inflação mais alta. Isso para dizer que a decisão do Copom, diretoria e colegiado do Banco Central vai ter que ponderar também esse mal estar que está se traduzindo em prêmio de risco, que vira o que? Mais juros na frente. Isso tudo é um conjunto bastante complexo de questões que o Banco Central vai ter que lidar”, completou. Para essa reunião, o mercado aposta em uma alta de meio ponto percentual.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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