‘Revisão de dados da balança comercial gera desconfiança’, diz Maia

  • 05/12/2019 06h56 - Atualizado em 05/12/2019 09h48
Rodrigo Maia Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo rodrigo-maia-defende-relacoes-brasil-ue.jpg O IBGE diz que, após a revisão dos dados pelo ME, o Instituto também vai ter que rever os resultados de crescimento no 3º trimestre

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que a revisão nos números da balança comercial, feita pelo Ministério da Economia, pode afetar a confiança sobre as informações divulgadas. Maia apontou o erro como um dos principais motivos para o aumento da pressão sobre o câmbio na semana passada.

Para ele, o intervalo entre um dado e outro foi muito curto.

“Não estou discutindo mérito, o mérito está certo. O problema é que uma decisão do final de setembro e outra no início de dezembro, é muito perto uma da outra para fazer uma revisão. Gera, no mínimo, uma desconfiança.”

De acordo com o sindicato nacional dos funcionários do IBGE, os erros na divulgação de dados podem ter origem nos cortes orçamentários feitos pela própria área econômica.

Em nota, a entidade manifestou preocupação com o que chama de “processo de precariedade orçamentária e de desmonte do quadro de pessoal dos órgãos técnicos, que também vitima o IBGE e representa um risco real ao sistema estatístico nacional”.

Já o próprio IBGE diz que, após a revisão dos dados pelo Ministério da Economia, o Instituto também vai ter que rever os resultados de crescimento no terceiro trimestre – divulgados nesta semana.

Rodrigo Maia, porém, evitou criticar o trabalho da equipe econômica. “Trabalho é técnico, não tem influencia política, nem pressão. Isso é o mais importante. É apenas uma mudança de critério.”

Na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a PEC que regulamenta a “regra de ouro” e busca conter as despesas públicas. Segundo a regra, o Governo não pode se endividar para despesas manutenção da máquina pública, de folhas salariais e programas sociais, apenas para fazer investimentos.

O texto prevê gatilhos para quando o desequilíbrio entre gasto e arrecadação atingir nível crítico. Agora, a proposta vai para uma Comissão Especial.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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